terça-feira, 28 de março de 2017

Você já quis matar alguém?

Quem nunca tirou uma vida não pode entender as razões de quem já o fez. Por isso, não tente aplicar a mim as suas noções de justiça, necessidade ou prazer. Vou contar a minha história não para que você me julgue, mas para que a experimente, se for capaz.

Meu pai sempre teve armas em casa. Era colecionador. Eu nunca pusera um dedo em nenhuma, pois sabia que o velho me arrancaria o couro, talvez literalmente. Quando íamos para o sítio da família no interior, ele sempre levava pelo menos uma espingarda de chumbinho. Eu o observava acertar alvos parados, depois móveis, e aquilo podia proporcionar horas de agonia para minha mãe, que ficava mais pálida a cada tiro ouvido a distância. Não é um esporte para pessoas frágeis.

Nosso caseiro era um homem de uns 50 anos, com cara de mais de 60, sem esposa, filhos ou dinheiro, que meu pai empregara por piedade. Mas em pouco tempo os vizinhos do interior começaram a nos telefonar em São Paulo queixando-se de que o homem aprontava nos botecos da cidadezinha, completamente bêbado, arranjando encrenca com os peões. Quando contratamos o pobre viúvo, não sabíamos que era um alcoólatra.


Nas férias de verão, fomos para lá e assim que chegamos demos com a horta nos fundos da casa, de onde mamãe tirava seus temperos e saladas, mastigada por pássaros e insetos. O gramado, amarelo e sem viço, e o pomar, forrado de frutas podres que ninguém havia colhido.

O homem foi despedido. Lembro-me dele naquela manhã, sóbrio, protestando. Papai não cedeu. Era um homem firme. Vi o velho ir embora cabisbaixo e senti uma ponta de estranha satisfação.

Na noite seguinte, minha mãe recolhia roupas do varal quando eu a ouvi gritar. Corri para fora antes de meu pai, mais curioso do que aflito, e vi o antigo caseiro segurando-a pelo braço. Ele não passava de um bêbado gritando bobagens, mas ela tremia de pavor.

Eu tinha sete anos e me lembro de tudo isso e do que veio depois tão bem quanto a gente consegue lembrar de quando tinha essa idade. Comecei a xingá-lo, velho feio e nojento, os piores nomes que um rapazinho de família sabia. Papai saiu da casa. Nas mãos, tinha a espingarda. Nos olhos, ódio.

Minha mãe escapou e me arrastou para dentro, trancando-me no quarto. Me deixa sair, eu pedia, quero ajudar papai. Mas sabia que ele não precisava de nenhuma ajuda. Eu queria ver o que ele ia fazer com o homem. Mamãe, não. Por isso, ficou apenas escorada do lado de fora da minha porta, impedindo que eu saísse ou que olhasse pelo buraco da fechadura.

Da janela, entre as frestas da veneziana, vi meu pai levar o velho em direção ao bosque que ficava perto da casa principal, apontando a arma para sua nuca. Abri a janela em silêncio, saltei na grama e os segui à distância.

Fui arranhado por uma dezena de trepadeiras e samambaiaçus que formavam o que para mim parecia uma verdadeira mata pré-histórica, repleta de sons noturnos e brilhos incertos. Andamos por muito tempo, a noite era quente, eu suava de calor e de excitação. Atravessamos muitos trechos de mata densa até que vi os dois pararem. Eu me escondi atrás de um tronco, temendo que me vissem. Não consegui enxergar mais nada. Ouvi suas vozes baixas, sem entender o que diziam. Então, um tiro, e outro, e mais outros. Depois, silêncio.

Quando finalmente achei seguro deixar meu esconderijo, meu pai estava tapando um buraco com terra e folhas. Não havia mais sinal do nosso antigo caseiro.

Ele se ergueu e acho que quase gritou quando me viu ali parado.

Não se preocupe, papai, eu disse a ele. Não vou contar nunca pra mamãe que você matou o homem ruim.

Ele não disse nada. Andou até o córrego no meio do bosque, lavou as mãos, enxugou-as nas calças. Quando alguém ameaça sua família, você fica louco, murmurou, creio que tentando convencer a si mesmo. Só então sorriu um sorriso forçado. Vai ser nosso segredo, disse.

Contou a mamãe que tinha dado um dinheiro para o velho ir embora e que se aparecesse lá de novo nós chamaríamos a polícia imediatamente. Isso bastou para ela.

Não falamos mais sobre aquilo e eu não perguntei a ele se tinha remorso de ter matado o velho. Mas muitas vezes me peguei deitado na cama imaginando o que ele havia sentido. Se seria excitante apontar uma arma para outra pessoa. Se seria divertido ouvi-la pedir misericórdia. Se seria prazeroso como nenhuma outra coisa olhá-la nos olhos, ver o terror em seu rosto e, ainda assim, disparar o gatilho.

Quando eu tinha uns doze anos meu pai me achou homem o suficiente pra aprender a usar a espingarda de chumbinhos. Tecnicamente, não é nem mesmo uma arma de fogo, pois não dispara movida a explosão, mas a ar comprimido. É coisa pra matar passarinho mesmo. Um brinquedo. Em meus treinos solitários eu imaginava como teria sido matar alguém com aquilo. Um tiro dado bem de perto num dos olhos funcionaria? Seria suficiente para penetrar no cérebro e arruinar tudo? Quem sabe com o cano colado na têmpora da vítima? Ou dentro da sua boca, o chumbinho rasgando a garganta por dentro, causando hemorragia, asfixia?

Fui experimentar minhas teorias. Havia um cão vira-latas que sempre aparecia pelos arredores, certo de receber restos de comida nos sítios. Encontrei-o sob uma árvore na estrada e mirei no olho. Infelizmente o tiro pegou na orelha, e o animal saiu correndo e ganindo, sem que eu conseguisse acertar um outro tiro num ponto mais vital. Mas no mesmo dia tive a sorte de encontrar outro alvo interessante. Estava bem no meio da estrada, semi-atropelada por alguma roda veloz. O corpo estava esmagado no local onde deviam ficar as entranhas. Era uma cascavel, arisca e belíssima em sua agonia contorcionista. Fiquei longe o suficiente para evitar a última mordida do bicho. Mirei bem na cabeça que se movia. Acertei em cheio! Depois, com meu canivete, cortei fora o chocalho da cobra, meu troféu. Carreguei por muitos anos o chaveiro que meu pai fez para mim com ele.

Logo, porém, a velha espingardinha perdeu a graça e procurei outras distrações. Com o tempo, como era de se esperar, comecei a olhar para as garotas com olhos que já não eram de menino. Aos quinze, tive essa namoradinha completamente doida. Era maior de idade e me mostrou o cigarro, a bebida, as drogas e o sexo, de longe a coisa mais interessante da lista. Seu sexo era bizarro e eu, um parceiro perfeito. Fazíamos teatro na cama, empregando uma dezena de brinquedos menos inocentes do que chicotes de couro. Verdade, ela mandava em mim e suas ordens eram: me chama de puta, me bate, me fode. Um dia, ela se jogou no chão e me pediu pra chutá-la. E eu chutei. Não parei de chutar quando ela pediu. Joguei-me sobre ela e apertei seu pescoço até não agüentar mais suas unhas enormes me arranhando os braços.

Ela se levantou ofegando, xingando, juntando as roupas, jurando que ia prestar queixa contra mim na Delegacia da Mulher. Eu disse a ela que a denunciaria antes como corruptora de menores, traficante, prostituta e sei lá mais quantas bobagens que eu era capaz de elaborar e que o seu estilo de vida confirmaria.

A polícia nunca foi me procurar por isso. Nunca mais vi a garota.

Sexo, drogas, badalação: nada disso me satisfazia. Eu levava em mim algo insaciável desde aquela noite no sítio, anos antes. Tinha vontade de procurar meu pai e perguntar tudo. Queria saber sobre o prazer, a sensação de ser superior àquele homenzinho desprezível e esmagá-lo feito uma barata, a noção de ser poderoso, maior do que a lei, a moral, a vida. Mas sabia que ele jamais confessaria.

Eu ansiava por aquilo que faria meu sangue ferver de verdade, algo que ensaiou sua aparição quando acertei o cão vadio, quando acabei com a agonia da cobra, quando arranquei as pernas dos camundongos no fundo da casa… Eu não falei dos camundongos? Eles me entretiveram por alguns anos. Eles e os pardais nas arapucas. Mas isso não é importante. O importante era aquele calor, aquele júbilo doido que tomou conta de mim quando quase sufoquei minha namorada. Essas coisas todas me davam prazer, estar no limite e, quem sabe, cruzá-lo. Mas eu não conheci o êxtase até aquela noite, seis anos atrás.

Eu havia chegado aos dezoito e saía há alguns dias com essa menina bonita, menor de idade ainda e, como toda menina, ansiosa para ser mulher. Sei o que estão pensando: chave de cadeia, certo? Como nem eu nem ela queríamos a intromissão de nossos pais nesse assunto, estávamos nos vendo às escondidas.

Fomos sozinhos a uma casa noturna no centro da cidade. A banda era boa, mas ela prestava mais atenção ao que eu cochichava ao seu ouvido. Soltei meia dúzia dessas bobagens românticas que tornam o caminho entre as pernas das garotas mais largo e rápido. Depois, meus verbos ficaram mais ousados, lamber, apertar, chupar. Ela aceitou voltar comigo para o carro. Vagamos por algum tempo até chegar a um local maravilhosamente deserto, cheio de casebres e terrenos baldios, nada convidativos a curiosos.

Ela era mesmo bonita. Rosto de criança e corpo de mulher, combinação irresistível, e eu não resisti. Inclinamos os bancos e eu comecei a beijá-la. Mas, volúveis, as mulheres acham que podem mudar de idéia no meio do caminho que aceitaram seguir, e ela, boa moça de família, não deixou minhas mãos continuarem roupas adentro, me chamou de apressado, calma que não é assim, eu sou virgem…

Suas mãozinhas prepotentes me empurraram. Era tudo de que eu precisava.

A verdadeira excitação cresceu em mim de forma explosiva e eu me joguei sobre ela. Ela ameaçou gritar, tampei sua boca com uma mão, com a outra eu puxei sua saia, examinei depressa o que escondia. Ela mordeu a mão que a amordaçava. Sem pensar, acertei um soco no seu rosto e travei os dedos em volta da sua garganta. Meu casaco grosso de couro impediu que ela me arranhasse, mas eu não pensava nisso na hora. Ela se debatia. Eu me lembrei dos pernilongos quando a gente os segura por uma perna e vai arrancando as outras devagar. Seus olhos enormes, arregalados, nada entendiam, só suplicavam, a boca muda, aberta como um mundo de novas sensações para mim. Vi as pupilas tremerem e sumirem por sob as pálpebras e a língua pender entre os lábios.

Aproximei meu rosto do seu: não respirava mais. Ainda penetrei o aperto de seu corpo seco, ainda quente, mas logo desisti. Aquilo não tinha mais graça; eu já havia apaziguado a minha sede.

Rodei por muito tempo na via que margeia o rio, madrugada afora, até sair da cidade. Antes que o sol nascesse e o movimento voltasse às ruas, arrastei minha vítima para a margem do rio, fiz uma chupeta no tanque do meu carro e despejei um pouco de gasolina no corpo. Acendi um pedaço de papel com meu isqueiro e joguei-o sobre o corpo. Creio que consegui ao menos desfigurá-lo e apagar o meu toque na sua pele já roxa. Era suficiente; empurrei-a para dentro da água imunda. Achei impressionante ver como foi fácil. Especialmente nos dias seguintes, quando ninguém da polícia veio me procurar.

Mas não resisti a guardar comigo o pingente que ela levava no pescoço. Um pequeno troféu, que guardei junto com o chocalho da cascavel no fundo de uma gaveta.

Naquela noite, conheci a verdadeira paixão da minha vida: a morte. A morte estampada nos olhos de quem encara seus instantes finais, a vida se perdendo sem defesa entre minhas mãos. Isso era poder. Isso era o gozo supremo.

E, sabendo disso, não pude mais parar.

Elas não precisavam ser garotinhas. Bastava que fossem jovens, de pele ainda tenra e olhos grandes nos quais eu pudesse ver meu rosto refletido antes de as pupilas se tornarem baças. A emoção de seduzi-las, levá-las comigo, despistar todos os olhares e então vê-las dar seu último suspiro me dominava completamente. A lábia, a transgressão e então o júbilo da vitória. Sempre guardava uma lembrancinha, anel, presilha de cabelo, até cadarço de tênis, na falta de algo melhor. Não podia manter um registro escrito da minha marca, pois seria muito perigoso, então essa era a minha forma de contabilizar. Minha mãe uma vez até encontrou o estoque e eu expliquei tranqüilamente que eram lembranças de minhas ex-namoradas. Chegaram a um total de doze peças. Uma para cada garota.

Sei o que você está pensando. Se não sinto culpa. Se nunca pensei na dor dos pais, maridos ou bebês dessas mulheres. Preciso confessar que não. O Doutor Junqueira diz que sou um psicopata, o que significa mais ou menos que sou incapaz de sentir remorso. É uma explicação tosca, mas basta para entenderem o que há de errado em mim – ou diferente, como prefiro dizer. Tem alguma coisa no meu cérebro, como uma peça fora do lugar, que me torna imune a esse complexo de culpa que todos tentam me incutir. Não sei se culpa é um sentimento ou um fato. Se for um fato, sim, eu assumo minha culpa, mas, se for um sentimento, será inteiramente desconhecido para mim até o dia da minha morte. Não foi erro do meu pai por me passar os valores errados ou mesmo da minha mãe por ser uma criatura fraca. Eu já nasci assim, diz o bom doutor.

Gosto do Dr. Junqueira. Ele é engraçado. Vejo o suor se acumular sobre sua boca e a caneta tremer na mão se ele anota alguma coisa enquanto conto detalhes do meu modus operandi. Desse jeito, acho que não vai durar muito como psiquiatra aqui dos detentos. Não sei se a reação é de nojo ou de prazer. Pra mim, é um pouco de cada. Os homens se escondem sob a moral. O doutor é assim, como meu pai.

Para que não digam que sou completamente insensível, saibam que sempre amei meu velho. Quando terminei a faculdade, ele me levou para o sítio, que eu já não visitava há alguns anos, e para a farra na cidadezinha próxima. Eu era oficialmente um homem. No bar, me falou de trabalho, de casamento, de família, de todas essas coisas que tornam um sujeito digno e que ele havia sonhado para mim. Bebemos muito, talvez demais, e, quando chegamos em casa, de madrugada, fomos praticar tiro em latas de cerveja que íamos esvaziando na boca à medida que precisávamos de novos alvos. Dificilmente acertávamos algum. Eu estava excitado e descuidado e comecei a fazer perguntas sobre aquele caseiro que ele havia liqüidado há muitos anos. Ele ficou sério apesar do álcool, mas insisti. Perguntei se ele se sentira vingado porque o desgraçado assustara mamãe. Se ele se sentira superior a ele ao dar-lhe ordens sob a mira da espingarda. Se tinha se sentido um homem de verdade ao mandar o desgraçado para o inferno. Porque estava bêbado, ele riu e disse que sim, e que o velhote era um grande filho da puta que já tinha olhado gozado para mamãe mais de uma vez e por isso merecia mesmo uma bala no meio dos cornos.

Então, finalmente, perguntei quantos tiros haviam sido necessários e onde haviam acertado. Se a morte fora rápida ou ele agonizara. Ele se deixou embarcar naquela conversa que em qualquer outra ocasião o teria deixado horrorizado. Aquelas respostas eram o meu santo grau. Nunca me senti tão próximo dele como então.

Eu não tinha a paixão de papai por armas. Preferia trabalhar com as mãos. Expliquei isso a ele quando contei sobre a minha coleção de lembranças das meninas. Falei a ele do meu prazer como um rapaz fala do seu primeiro amor. Ele ouviu em silêncio por alguns instantes e demorou para compreender. Quando o fez, seus olhos se arregalaram e ele começou a gritar comigo. Seu louco, seu desgraçado, oh, filho, não o meu filho, por quê, Deus, e outras palavras que não faziam o menor sentido. Ele andava de um lado para outro, me xingava e murmurava Deus, Deus, o que vou fazer?

Na minha ingenuidade eu confessara a meu pai o que realmente movia minha vida e agora ele me odiava. Disse num ímpeto que ia me denunciar. Você não vai fazer isso, respondi, sou seu único filho, não vai me mandar para a prisão.

Ele berrou, me chamou de criminoso, você tem de pagar pelo que fez. Eu disse que se ele me denunciasse eu contaria à polícia sobre o homem que ele havia matado. Mostraria até o local onde ele estava enterrado. Eu havia visitado aquele túmulo no bosque por anos a fio, em segredo, pensando na vida e na morte.

Ele me olhou com medo, vacilou. Não importa, disse então, e me deu as costas. Tive receio de que fosse para dentro buscar as chaves do carro e correr para a delegacia mais próxima. Papai, chamei, mas ele não se virou. Então, atirei nas suas costas.

Sem mirar, acertei-o entre os ombros e ele gritou de dor. Só então se voltou, e no ímpeto caiu sentado na grama. Eu me aproximei, recarreguei a espingarda, encostei-a na sua têmpora e disparei. Não me lembro de carregar de novo e de novo a arma, mas sei que o acertei repetidas vezes no rosto até ele parar de tremer.

Não. Eu não gostei de matar papai. Eu o amava de verdade. Mas ele ameaçou algo que eu amava mais ainda e tive de fazer. Tive. Não sinto culpa.

A polícia não engoliu minha história de que, quando acordei na manhã seguinte, papai já havia saído da casa no sítio e eu não o vira mais desde então. Mamãe, sempre tão frágil, desta vez decidiu ser firme. Papai tinha amigos entre gente graúda da capital e ela insistiu com todos eles, pedindo ajuda, influência, dinheiro, o que fosse necessário.

Não foi preciso muito. Não sei se ela já suspeitava de mim, mas um dia mostrou à polícia os meus troféus secretos e um oficial identificou o pingente que a minha primeira vítima usava numa foto. Acabei sendo detido. Mostraram minha coleção às famílias de algumas garotas desaparecidas, que reconheceram uma aliança de casamento, um chaveiro e uma caneta de luxo. Depois disso, confessei tudo.

Não sei realmente se o jornal publicará esta carta aberta, mas sei que alguém na redação há de lê-la. Como você, que me lê agora. Se você acredita que sou louco, tente, uma vez na sua vida vazia, colocar-se no meu lugar e pense de novo nesta pergunta: você já quis matar alguém? Não? Mentira. Apenas não teve chance. O que faria se estivesse lá? Comigo? Em mim? A vítima à sua frente, o desejo de matar na alma e todo o poder para isso em suas mãos.

A morte está em nós como a fome, a sede ou a libido. Está no jogo da sobrevivência. Livre-se dos seus valores morais, das suas leis e principalmente do seu medo de ser pego. Diga, o que sobra?

O que sobra sou eu.

fonte:http://conteudoperverso.blogspot.com.br/2013/12/voce-ja-quis-matar-alguem.html