quinta-feira, 11 de outubro de 2012

História Bizarra:O Espelho Mágico

Eu estou escrevendo isso para um jornal local, porque se eu não fizer isso, eu posso ficar louco. Você pode me achar louco, depois de ler minha história. E eu posso ser mesmo...

Meu nome é Jared Baldwin, e tenho 22 anos de idade. Recentemente estou me mudando para um apartamento na zona rural do Maine. Tudo esta indo muito bem nessas primeiras semanas, não estou tendo nenhum tipo de problema, tudo parece estar se encaixando muito bem. Na primeira vez que coloquei os pés no apartamento notei que a energia elétrica e o telefone, ainda estavam ligados, parecia que os inquilinos anteriores haviam deixado o local muito rapidamente, e as empresas de energia, água e telefone nem foram avisadas.

Agora eu terminei minha mudança o apartamento está completamente mobilhado, ficou do jeito que eu queria. Eu não tinha problemas em me adaptação á novos ambientes. Adormeci dentro de cinco minutos após me deitar em minha cama nova. Era estranho, especialmente para mim, já que eu costumo ter problemas para adormecer em qualquer em lugares em que não esteja acostumado. Mas eu tinha essa sensação de que estava destinado a viver no apartamento, apesar de estar em uma área completamente isolada. Eu não me dou bem com o isolamento, embora não me incomode.

O segundo dia tudo correu bem, eu notei algo estranho no espelho do banheiro. Ele estava pintado com tinta preta, não havia um centímetro de espelho em que eu pudesse me ver, era muito estranho mesmo, parecia que antes de saírem os moradores antigos se preocuparam mais em cobrir o espelho do que desligarem a energia ou até cancelarem seu telefone.

Claro, eu não liguei para nada disso. Fiquei animado por não precisar comprar um armário novo para o banheiro, apesar desse não me servir para muita coisa.

Algumas semanas se passaram sem incidentes, e eu estava completamente feliz com minha nova morada. No entanto, coisas estranhas começaram a acontecer.

Uma noite, por volta das três da manhã, eu acordei com uma necessidade avassaladora de usar o banheiro, sai correndo de minha cama, e minha vista embaralhada se deparou com um feixe de algo brilhante vindo do espelho, apesar de ainda estar coberto com tinta preta, um brilho prateado fraco mostrava-se abaixo das fissuras do revestimento. Fiquei fascinado, e sobrecarregado com o desejo de raspar a tinta e tocar no espelho. Eu pensei ouvir sussurros fracos vindos do outro lado, me chamando, me pedindo para limpar o espelho.

Quando retomei meus sentidos, percebi que o que estava acontecendo não era fascinante, mas sim assustador. A voz por trás do espelho se tornou agitada, e em uma fração de segundo elas se foram... Eu fiquei um pouco atordoado, ainda estava sonolento.

Eu usei o banheiro e voltei para a minha cama.

Na noite seguinte, a mesma coisa aconteceu, eu notei que um pequeno buraco se abriu na pintura, cerca de três centímetros de altura e dois centímetros de largura, revelando um pedaço de espelho, que brilhava e pulsava com uma espécie de eletricidade de prateada. As vozes, calmantes e convidativas, me pedindo para remover a tinta do espelho.

Fechei os olhos por alguns minutos...

Quando abri os olhos novamente encontrei-me na cama. Olhei para o relógio e eram 7horas da manhã.
Eu estava sonhado o tempo todo?

Eu tinha dúvidas sobre o que estava acontecendo... E se tudo aquilo não fossem apenas sonhos, o senso comum dizia que eu deveria pensar sobre isso, e me mudar.

Algumas noites se passaram, e nada de estranho aconteceu.

Acordei na noite seguinte me arrastando para o banheiro, como eu tinha antes. Desta vez, notei que uma quantidade muito grande de tinta tinha sido removida do espelho, que tinha mais ou menos um metro quadrado. Um buraco de cerca de trinta centímetros de altura e vinte de largura tinha sido feito na pintura. O brilho pulsava sobre a superfície do espelho e iluminava todo o banheiro. Algo medonho escorria do espelho, parecia fumaça, mas era mais denso. Mais uma vez, as vozes me imploraram para libertar o espelho de seu revestimento... De repente tudo ficou escuro e mais uma vez eu encontrei-me de volta em minha cama na manhã seguinte.

Fui até o banheiro e vi que um buraco ainda maior pintura tinha sido feito durante a noite. Eu olhei para as minhas mãos e vi que elas estavam cobertas por tinta descascada...

Deus... Eu estava removendo a pintura durante a noite, enquanto eu sonambulava!!

O pensamento me assustou, e naquela noite eu tranquei a porta do banheiro pelo lado de fora. Os inquilinos anteriores tinham colocado o bloqueio lá, sem dúvida, pela mesma razão.

Quando acordei naquela noite, eu abri a tranca e fui para o banheiro. As vozes, mais convidativas do que nunca, fazendo-me sentir como se eu não tivesse escolha, e tivesse de libertar qualquer coisa que se escondia atrás daquele espelho, mais uma vez exigiu que eu removesse a tinta.

Obedeci, apesar de meu subconsciente gritar para eu parar! Eu suprimi os gritos e deixai entregar ao puro prazer de remover a pintura do espelho...

Acordei na manhã seguinte horrorizado ao ver que eu tinha retirado toda a tinta do espelho. Não havia estilhaços de tinta no espelho, e minhas mãos estavam completamente pretas.

O que eu tinha feito??!!!

Eu tinha medo de dormir à noite...

Algumas semanas se passaram sem que eu pudesse pregar os olhos com medo do que poderia acontecer.

Uma noite, acordei por volta das três da manha... Fui para o banheiro, á pedido da voz que vinha através do espelho. A voz era mais alta, como seria de esperar, porque não estava abafada pela pintura. O que eu vi me apavorou ​​mais do que qualquer coisa que eu tinha visto antes.

A coisa que vivia no espelho não era agradável. O brilho prata era mais intenso do que nunca, em torno do espelho transbordava uma fumaça que parecia ectoplasma, e a criatura dentro do espelho sorriu para mim, revelando fileiras de dentes pontiagudos e amarelos. Meu coração quase explodiu no meu peito.

As vozes que antes eram tão amáveis, agradáveis agora soava ameaçadoras e sinistras. A criatura, escondida nas sombras, passou através do vidro, cantando meu nome.

Eu corri, para fora do banheiro como se não houvesse amanhã e realmente não haveria, se essa coisa me pegasse, passei pela sala de estar olhando para meu taco de beisebol.

Ouvindo logo atrás de mim aquela coisa rindo e chegando mais perto... Eu sai correndo pela porta da frente e sem nem olhar para trás. Eu não me preocupei com os meus pertences ou em trancar a porta. Eu nem sequer peguei as chaves do meu carro, eu apenas corri...

Agora, estou me refugiando na casa de um vizinho, eu não posso voltar, mas sinto como se eu não estivesse seguro. Eu soltei-o do espelho, e eu sei que vai me caçar até que eu prenda ele novamente no espelho.

Eu tenho que ficar longe do Maine.

Amanhã vou estar me movendo para a Califórnia. Eu não me importo com meus pertences, eu só quero ficar seguro...


Me desculpe...


Enquanto eu escrevia isso, eu sabia exatamente o que aconteceria com você, essa coisa está morrendo de fome...

E se eu não tivesse contado isso para alguém, ou passado para frente a informação de sua existência, eu estaria morto agora...

Agora estou bem longe de Maine... Eu me mudei para a Califórnia e vivo em um apartamento alugado, e trabalho em uma lanchonete para paga-lo...

Ontem á noite pensei ouvir vozes vindas do banheiro... Mas deve ser porque eu tenho pesadelos quase todas as noites com isso... Ele não poderia ter me seguido até aqui....


Porque agora... Ele está atrás de você.

História Bizarra:O Pequeno Scott - A História de Slender Man





As pessoas sempre brincavam que havia algo de errado com ele, algo desumano. Eles brincaram com isso muitas vezes, zombando de seus poderes psíquicos malucos... De como ele retia sua agressividade dentro de si.

Eles não sabiam como estavam certos.

A primeira coisa que alguém notava em Scott eram seus olhos ou pelo menos, o fato de que era difícil vê-los. A aba do chapéu que ele nunca tirava deixava uma sombra muito densa e grossa. Alguns até se perguntavam se ele tinha olhos.

A próxima coisa que se notava era sua boca, na verdade a falta dela. Era vermelha, mas era tão fina que não se viam seus lábios nitidamente, era praticamente uma linha traçada em seu rosto. Às vezes, ele dava um meio sorriso, e às vezes ela parecia plana e não parecia haver uma boca lá.

Ninguém nunca ouvira a voz de Scott. Algumas pessoas disseram que ele era mudo, alguns que ele simplesmente optou por não usar sua voz.

Outro fato curioso era o tamanho de Scott, ele devia ter uns 2 metros de altura, realmente era uma altura bem esquisita para um rapaz de 17 anos. Muitas vezes seu ar misterioso o rendia muitas admiradoras, mas elas sempre fugiam, quando ele chegava perto o bastante.

Um garoto como Scott atrai rumores como um ímã ao metal. O mais inacreditável eram os boatos, o que as pessoas contavam sobre o que haveria á espreita por trás de seu silêncio.

Mas os rumores eram ás vezes exagerados, Scott ainda era um bom menino, mas diziam que ele era o mal, um demônio, um fantasma. Diziam que se você andasse sozinho á beira das estradas, perto da floresta você sentiria como se ele estivesse junto á você.

O mais cruel dos boatos é que ele gostava de maltratar crianças pequenas ou pior... “Eles são fáceis de assustar, eles não podem se defender”. Diziam os fofoqueiros.

Mas Scott não desmentia nada, não retrucava, ele não falava! Mas todos viam naquele sorriso torto, a sua verdadeira opinião, ele achava as criancinhas, deliciosas.

Muitos falavam já ter visto seus olhos e diziam que eram vermelhos como sangue, uma cor tão líquida e profunda que poderia fazer uma pessoas se perder. Seu sorriso largo, tão largo que você se sente caindo de cabeça para dentro daquela boca.

Mas uma garota chamada Samanta, que sempre foi muito exagerada e assustada, com aqueles óculos fundo de garrafa, me disse uma vez:

“Eu estava voltando do parque quando vi Scott entranhado na escuridão, ele estava lá parado apenas me olhando, mas tive a impressão de que ele sussurrou algo, algo que eu nunca queria ter ouvido, ele dizia ‘venha até mim garotinha’, e foi então que eu sai correndo!!”

Sabe, eu sou um garoto de apenas 11 anos, mas sei que o Scott nunca faria algo assim... E isso não tem nada haver com eu ter uma admiração intensa por ele...

Mas vou contar para vocês o que aconteceu quando tive a oportunidade de estar com ele pela primeira vez:
Eu estava em uma praça perto do colégio, já estava anoitecendo então resolvi voltar para casa, foi então que vi o Scott, ele sempre me fascinou com aquela altura, e tamanho mistério que havia envolvido nele, ele estava ali parado como se fosse um dos galhos das arvores, era bizarro, mas continuando, ele de inicio não havia me visto creio eu, mas então ele me viu ali na ponta da praça olhando com curiosidade para ele, ele então começou a se aproximar, e eu comecei a sentir medo dos boatos serem verdadeiros.

Ele chegou bem perto de mim, muito perto, de modo que pude ver sua boca nitidamente, ele começou a abri-la e deu um sorriso assustador para mim, como se estivesse realmente feliz por eu estar ali... Eu corri.

Então quando olhei para trás ele estava atrás de mim, me alcançando facilmente com suas pernas gigantes, mas como sou desajeitado, eu tropecei no começo da rua de paralelepípedos, e cai, ele já estava bem encima de mim quando me virei vi sua boca se transformando em um buraco que parecia estar pingando sangue. Sua boca que não parava de se abrir deixando seu rosto desfigurado e longo, eu sabia que aquele seria o meu fim, mas eu pedi, por favor, pelo amor de deus, e por tudo que é mais sagrado com os olhos bem fechados esperando ser engolido...

Então, ele sussurrou algo... Algo que eu não queria ter ouvido...

“Você é uma criança deliciosa...”.

Eu abri os olhos para ver exatamente o que estava acontecendo, e ele estava muito mais magro, parecia que ele tinha mais de dois braços, eu estava preso ao chão como em uma gaiola...

Não havia nada dentro de sua boca, alem de dentes pontiagudos.

Eu então senti minha cabeça sendo sugada... Para dentro deste abismo. Eu estava prestes a deixar de existir.
Então, de repente, a boca estava fechada, não fechada completamente ou perfeitamente ela tinha uma forma esfarrapada ou quase como se fosse costurada. Seus olhos permaneceram fixos em mim, e sua boca formou um meio-sorriso... Ele havia decidido me deixar viver, talvez para passar a lição á diante de não perturba-lo.
Depois disso lembro-me de correr tão rápido quanto minhas pernas já me carregaram...


Se você acha que eu escapei, você está completamente enganado.


Eles me chamavam de louco... Dizem que meu rosto é misterioso e doentio agora, e eu não discordo. Essa não é só minha história, e eu duvido que eu seja a única pessoa á quem ele fez isso.


Eu nunca vou conseguir de volta o que aquela boca me roubou...


Eu nunca mais serei capaz de olhar para a escuridão sem imaginar aquele abismo que quase me consumiu.



E eu nunca vou mais serei capaz de olhar para alguém sem querer sussurrar o quanto eles me parecem deliciosos... E ir em direção deles para engoli-los, só para ouvir seus gritos e sua voz...




Até tudo estar em silêncio...

História Bizarra:HELP ME.scr



HELP ME.scr é uma estranha animação feita usando as ferramentas do site "Scratch". Não se sabe realmente quem é o criador desta animação, já que muitas pessoas voltaram a colocar o vídeo na integra depois que ele fora proibido.

Neste momento, o único lugar conhecido para conseguir assistir esta animação é no próprio site “Scratch”, que está disponível clicando aqui. Poucas pessoas assistiram o vídeo antes que ele fosse banido, e eu fui uma dessas pessoas.

A animação começa mostrando um “gato desenhado em rascunho”, com os olhos pretos ensanguentados, e um assustador sorriso negro, empunhando uma faca, matando outro gato enquanto uma musica estranha toca ao fundo. Depois de um certo período de tempo, um fantasma irá piscar na tela. Este fantasma é Uboa, do jogo Yume Nikki.

Mas esta não é a parte mais assustadora; existem alguns rumores de que várias pessoas que assistiram esta animação ficaram obcecadas por ela, e foram encontradas mortas em suas camas, com seus computadores ligados e a área de trabalho alterado para uma grande foto de Uboa.

Não há muito mais informações disponíveis sobre o assunto, mas tentarei encontrar qualquer informação possível. Como eu disse, você pode assisti-lo clicando neste link.
_________________________________________________________________________________
ATUALIZAÇÃO

Um garoto de uma cidade chamada Kaidon Rogers foi levado às pressas para o hospital Adalade por tentativa de suicídio. Ele tentou cortar o pulso, até que seus pais o encontraram rapidamente. Aparentemente, pelo que indicada o histórico de seu computador, ele havia assistido a essa animação alguns minutos antes do incidente. Ele faleceu, pouco depois de chegar ao hospital
_________________________________________________________________________________

NOTAS

- O título do vídeo é "Help Me", e o primeiro comentário da pagina, "Por favor, eu não queria mata-los", podem estar ligados.

- "Dylanwalsh" não foi o criador do vídeo, ou seja, seu comentário pode estar relacionado com seus amigos ou familiares.

- "Dylanwalsh" respondeu a um comentário perguntando o que ele havia feito, somente com a frase: "ELES NÃO PRECISAVAM MORRER".
_________________________________________________________________________________
ATUALIZAÇÃO: 13 DE SETEMBRO DE 2012

Hoje a noite, dylanwalsh apagou seu vídeo, e não há mais nenhuma maneira de assisti-lo, por enquanto. Esperemos que, no futuro, surjam mais cópias dele...

História Bizarra:Sussurros


Estou postando essa noite na esperança que clareie-se todos os mal-entendidos à respeito do desaparecimento de Debra Lindsay Caine, correndo assim os meu próprio risco. Pau e pedras e essas coisas... Nada disso irá importar depois dessa noite. Considerem isso como minha patética tentativa de desculpas, nada além disso. É mais ou menos minha culpa que isso tudo tenha acontecido, afinal.

Mesmo em seu auge, a blogueira Sugarcaine era apenas mais uma comediante de internet. Ela era mais engraçada que a maioria e certamente hábil com a caneta, mas por outro lado  não tão conhecida como o resto. Por anos as circunstâncias a respeito do seu desaparecimento eram apenas ocasionalmente mencionadas apenas nos mais obscuros tópicos  de alguns fóruns. Ela teria sido esquecida por completo se aqueles funcionários públicos  não tivesses encontrado a fita gravada na última segunda-feira.

A verdadeira identidade de Sugarcaine era uma menina ruiva fofinha que se vestia como um garoto chamada Debra Lindsay Caine. Sua irmã Payton descrevia ela como "... um saco cheio de pregos, punhos e opiniões apenas esperando uma desculpa para se abrir à alguém, regada a cerveja e Sprite desde que nossa pai morreu em '91."

Debra involuntariamente começou sua carreira como um blog de humor quando uma amiga convenceu-a a criar uma conta no MySpace. Ela achava que blogs eram puro egocentrismo, choramingo, e sem substância, e então começou a usar sua página do MySpace para parodiar as estúpidas divagações de seus semelhantes. Depois de certo tempo ela se graduou em menosprezar os populares e ocasionalmente por revisar alguns livros, revistas em quadrinhos, filmes, e qualquer e-mail de odiadores que ela recebia de sua crescente rede de leitores.

Ela rapidamente percebeu que as pessoas gostavam do que ela escrevia, e pela metade de 2005 ela aposentou sua conta no MySpace e começou seu próprio site de humor, Sugarcaine Junction (N.T: Junção de Sugarcaine, em tradução livre).  Apesar da mais-que-decente escrita de Debra o site foi medíocre no seu melhor. A maioria dos viciados em internet nem sabiam que ela existia, muito menos que ela tinha desaparecido e possivelmente tivesse sido assassinada.

Até que os funcionários públicos acharam a fita.

Sugarcaine Junction nunca falhava em comemorar qualquer feriado e festivais que aconteciam, e seus artigos das estações eram geralmente os mais aguardados. Debra surpreendentemente compôs graciosas cações sobre bebida para seu artigo sobre a Oktoberfest, e um poema tocante para o dia dos pais, do qual ela se recusava a falar sobre depois. Para o Natal de 2005 ela escreveu séries de parodias de passagens bíblicas que quebrou o recorde de e-mails odiosos de uma noite para outra.

Naquela época eu era conhecido como DeadAtFifty (N.T: Morto aos cinquenta, em tradução livre) e era um dos regulares leitores das postagens de Sugarcaine. Durante a primeira semana de Outubro de 2006 eu sugeri que ela passasse a noite na casa assombrada da família Daley e escrevesse sobre a sua experiência para o artigo de Halloween. Ela anunciou para todos seus leitores que eu era um crianção e um débil mental. Eu adicionei o preço de mil dólares para a aposta. Ela ansiosamente aceitou.

Na última semana de Outubro Debra anunciou que ela faria sua longa viagem de carro até a Casa Daley para a "assustadora festa do pijama". Ela embarcou para lá na noite do dia 29, encorajando seus leitores à "ficarem ligados para mais detalhes à sua jornada de mil dólares até a casa Daley  mal-assombrada!" Eu tinha a intenção de dar à ela o dinheiro, e nunca teria mencionado a casa caso eu soubesse o que aconteceria.
Debra sempre pesquisava sobre o assunto antes de suas "jornadas", apenas para fazer o louvor / paródia mais completa. No seu apartamento a polícia encontrou recortes de jornal desde 1960 sobre a Família Daley: A glorificação de Kevin Daley pelas vidas que salvou de um incêndio; O crescimento da fama de Jeff como um artista abstrato com apenas 11 meses de idade; os rumores de que Naomi derrubara propositalmente seu filho da escada causando ao menino Autismo Limítrofe; e é claro, a procura sem resultados dos corpos quando a família toda desapareceu em 1982.

A maior parte dos artigos eram testemunhos dos vizinhos e amigos da família sobre a última 
vez que viram os Daleys. A performance escolar de Jeff diminuiu, mas o trabalho que fazia nas aulas de arte era tão detalhados como sempre, representando reinos  abstratos em formas retorcidas e sombras ameaçadoras - Imagens que ele não reproduzia desde que era criança. Ele afirmava que "sussurros" o fazia desenhar essas coisas. A única explicação que ele tinha para esses "sussurros" era "eles me seguem por toda minha casa; eu não consigo vê-los, mas eu sei que estão lá."

Eu não acho que Jeff Daley estava viajando ou sonhando: Eu acho que seus subconsciente era as portas para outros mundos, e talvez sua mãe soubesse disso e tentará  o matar. Se esse fosse o caso, eu gostaria que ela tivesse sido um pouco mais persistente.
Os colegas de trabalho de Kevin o descreviam como "nervoso, constantemente no limite, como se estivesse sendo perseguido por um lunático e não pudesse despista-lo."  Naomi, conhecida normalmente por receber os clientes à sua taberna com sorrisos brilhantes e calorosos olás, parecia ter rastejado para dentro de uma concha e se recusava a sair de lá. 

Ela começou a ter intervalos frequentes para ir ao banheiro, apenas para se dobrar num cantinho e chorar com as mãos tapando os ouvidos. E então um dia Jeff não apareceu mais na escola, e seus pais nunca mais apareceram no trabalho. Eles desapareceram no ar; e de acordo com seus vizinhos, eles não foram calados.

Outros artigos descreviam coisas estranhas, mas aparentemente banais como sons na casa abandonada dos Daleys de 1989-2004.  Alguns desses artigos eram tão estranhos que eram considerados pegadinhas ou exageros grotescos.

O cão de um dos vizinhos correu para a varanda da casa dos Daley. Quando voltou, ele passou os próximos dos dias chorando a cobrindo seu focinho aparentemente por nenhuma razão. Em uma manhã os donos do cão acordaram para se deparar com o desaparecimento do cão que nunca mais viram.

Um jovem casal afirmou ter visto uma silhueta nas sombras do jardim frontal da casa, sussurrando algo para eles enquanto passavam pela casa tarde da noite. Eles não posem afirmar se havia ou não alguém lá, e enquanto continuavam sua caminha a forma os perseguiu por vários quarteirões até desaparecer completamente.

Vários carteiros deram depoimentos idênticos sobre ouvir movimentos e balbucios dentro da casa enquanto em sua rotina de trabalho em suas rotas. Um deles achou que era obra de alguns engraçadinhos fazendo um pegadinha e alertou a polícia. Eles nunca encontraram ninguém dentro da casa.

No começo da semana os funcionários públicos estavam preparando a casa para a demolição quando descobriram a fita de baixo de uma velha escrivaninha. Lembrando a história das pessoas desaparecidas, eles deram a fita para a polícia. O oficial que a recebeu - um amigo meu o qual o nome não será revelado - tinha sido um dia fã da Sugarcaine.  Eu passei uma tarde inteira na casa dele ouvindo a gravação. Para espalhar a história pela internet eu transcrevi as gravações para meu próprio blog, o qual você pode ler abaixo:

*
[A fita começa com quinze segundos de silêncio. Quebrado por uma rouca voz feminina.]

"Não acho que eu tenha vindo alguma vez para esse lado da cidade. Tive que parar em um restaurante para pegar informações porque eu consegui me perder estupidamente. Acho que tenha sido uma hora de uma longa viagem, mas acho que será por volta da meia noite quando eu chegar ao local.
Ah, eu falei para a moça que eu estava indo visitar uma amiga minha que morava na vizinhança perto da casa Daley e ela ficou feliz por poder me ajudar. Imaginei que ninguém ficariam muito contente se eu ficasse falando para todos que eu passarei meu final de semana invadindo a casa dos outros. Mesmo que os Daley estejam bem mortos para dar a mínima"

[Silêncio por oito segundos. Suspiro.]

" Eu me sinto tão boba por estar fazendo isso. Mas vendo pelo lado positivo eu vou conseguir pagar meu aluguel mês que vem."

*
"Agora são... onze da noite em ponto.  Demorei a eternidade para encontrar essa casa estúpida. Sempre entrava nas ruas erradas. Difícil perde-la depois que finalmente encontra. O jardim frontal é uma selva de videiras e três pés de grama infestados de milhões de espécies de insetos jamais vistos pelo ser humano. Você não consegue nem ver a porta de entrada pela rua durante a noite, porque as sombras a engole.
Estacionei dois quarteirões de distância e andei até aqui. Vou procurar uma janela que eu possa escalar e entrar na casa. Esperançosamente não quero precisar alcançar a porta de trás, pois isso levará a eternidade. Falarei mais quando entrar."

*
[Passos ocos sobre as velhas tábuas de madeira. Um série de batidas destorcidas enquanto o gravador sacode violentamente. Silêncio por dezesseis segundos]

"Tropecei. Uau, é um breu aqui. Onde está minha maldita...?”

[Silêncio arrastado pelo próprio minuto, e mais passos. Debra libera um ar exausto. Gravador se agita levemente]

"Okay, estou dentro. Meu acampamento está montado no... acho que é o escritório. Há uma velha empoeirada escrivaninha perto da janela, eu subi por esta janela e por uma estante até a porta. Ambas estão vazias. Estou pronta para fazer meu tour pela casa. Câmera apronta, embora esse lugar não tenha muito à se ver.Vou manter o flash desativado, então as fotos tenham que ser editadas depois que eu voltar. Eu deveria usar a lanterna desligada até meus olhos acostumarem mas... é, não vou fazer isso."

[Dois minutos de silêncio à parte das pegadas e ocasional som eletrônico de uma câmera tirando fotos. Tosse.]

" A casa é realmente espaçosa dentro dos seus dois andares. Ah, aí está você, escada imprecisa...O carpete foi todo rasgado exceto por um canto da sala de estar, de modo que o chão é todo de madeira dura."

[Pegadas.  Alto, um grito parecido como de um humano vindo de uma das dobradiças enferrujadas de um porta. Debra solta um suspiro assustado, maldições.]

"... um banheiro mofado intocado desde mil novecentos e oitenta e dois..."

[Várias tossidas enquanto a câmera tira foto. Dobradiças mais guinchantes, silêncio significante. Mais cliques de câmera.]

"Ugh, puta merda aranhas armadeiras em todo lugar!"

[ Sete minutos apenas com pegadas, cliques de câmeras e tossidas de Debra; Sons ocos de botas subindo escada, e pegadas mudam para mais altas, rangidos insalubres. Agora e depois Debra faz vários comentários sobre o layout da casa.]

"[Murmúrio inteligível] - poeira está me matando. Segundo andar é instável pra caralho. Espero que a construção não desabe em mim essa noite."

[Mais pegadas enquanto ela retorna para o primeiro andar. Na marca de dez minutos, silêncio mortal por aproximadamente vinte segundos. Debra exala.]

"Acho que é isso pelo tour. E eu vou dormir com as aranhas."

[Silêncio por dois minutos. Debra sussurrava para si mesma. Estalo de madeira]

"Achei uma madeira solta no chão do escritório. No estilo 'arrancada de propósito' solta. Eu terei que checar isso amanhã de manhã."

[Passos vagarosos, pesados e cuidadosos de botas no chão de madeira. Farfalhar de pano grosso. Tosse.]

"Ah, Deus, eu não consigo respirar nesse lugar. Certo, hora de dormir. Terminarei minhas anotações amanhã. Boa noite!"

*

Chocalhos no gravador. Debra começa a falar, mas só sai as primeiras silabas antes de ficar quieta novamente. Silêncio por mais um minuto]

"Há algo aqui..."

[Batidinhas de pés descalços. Silêncios. Rangido de porta. Farfalhar.]

"Malditos ratos. Eu sabia. Eu os ouvi cavoucando nas paredes do quarto. Eu devia ter trazido uma barraca.

*
[Suspiro exautorado]

"Okay, bem, eu não vou dormir essa noite depois de tudo, então eu vou erguer aquela tábua para passar o tempo. Falo mais sobre depois.

[ Chacoalhos são gravados enquanto o gravados e posto de lado. Nos próximos cinco minutos nada mais do som de unhas e algo metálico - provavelmente um canivete suíço - arranhando na madeira, e ocasionalmente, uma baque. Um ofego e o barulho de um pequeno objeto. As pegadas de Debra saem de alcance do som. Debra diz algo longe demais para ser ouvido e parece esperar uma resposta. Ela se repende, mais alto.]

"Quem está aí?”

[Nada por um minuto e meio. Barulho da porta do escritório se fechando. Batidinhas de pés descalços voltando. Chacoalho da fita.]

"Estou enlouquecendo. Eu juro que pude ouvir -"

[Silêncio. Arranhadas e batidas voltam, e momentos depois há um barulho de madeira sendo colocado de lado.]

"Ahá!"

[Farfalhar de papel]

"Hm..."

[Mais farfalhar de papel. Silêncio.]

"Hm, há... desenhos. Desenhos amassados recheando os pequenos espaços da tábua. Acho que são desenhos de Jeff Daley. Quando ele tinha cinco anos ele costumava desenhar seus pesadelos.Não, esses não podem ser de verdade. Os detalhes são -?”

[Amassando: papel sendo desamassado. Debra fala silenciosamente, quase inaudível, como se estivesse lendo algo pra si mesma. ]

"Não ouça. Não é o papai. Não é o papai. Não é..."

[Silêncio. Respiração profunda e tremida.]

"Okay, hm... Okay, isso não tem mais graça."

[Um som distante, possivelmente no corredor, e um suspiro agudo. Dois minutos e quarenta segundos de silêncio.]

"[Murmúrio incoerente] - não tem graça."

[ O som de novo, dentro de cinco pés do gravador. Uma voz humana falando quase como sussurros. Ela diz apenas uma palavra difícil de se entender, mas parece como o nome de Debra. O gravador se agita violentamente e atinge o chão.]

"Não tem graça! Pare com isso!"

[Silêncio. Batidas de pés descalços deixando o quarto. Três minutos passam sem barulhos exceto por baques periódicos dentro da casa e Debra gritando com raiva. Os passos voltam. Batida forte com a porta do escritório. Soluçar baixo a mais ou menos 3 pés do gravador. Nada mais por outro minuto.]

"[Falando muito baixo para que seja registrado no gravador. Sua garganta está restringida.]"

[Os soluços param em quando Debra abruptamente prende a respiração. A voz fala de novo baixinho, de dentro do quarto. Pés se debatendo pelo chão. A janela do escritório guincha enquanto é aberta. O resto da fita é silêncio.]

*

Debra postou um update na mesma noite. Não havia nenhum traço de sua narrativa costume. Ela trocou frases energéticas por maldições irritadas. Ela queria que alguém (eu) se desculpasse por algo que ela achava ser uma perversa pegadinha de halloween. Ela manteu um dos desenhos que encontrou na tabua solta e incluiu o desenho scaneado em sua postagem, condenando-o como uma tentativa óbvia de um artista adulto incapaz de reproduzir a obra de um garoto retardado de oito anos.

Desenhado inteiramente em giz de cera preto, parecia a caricatura de uma sala de estar feita por Salvador Dali. No meio de pé, uma forma negra com a cabeça negra distorcida (como em uma casa de espelhos), fazendo impossível saber se era humano ou não. A coisa olhava diretamente ao espectador por cima do ombro, com dois buracos negros sendo seus olhos. Mais três deles estavam além dele, também olhando para o espectador - era como se o ato de desenhar a cena tivesse tomado sua atenção. Embora seus rostos eram amorfos de branco e cinza, os três do fundo pareciam sorrir. E realmente sugeria um nível artístico além do que um menino de oito anos, mas o estilo se encaixava com os outros desenhos já vistos de Jeff Daley.

Debra e eu tivemos nossa parcela de mensagem de ódio depois daquela postagem. Metade dos leitores achavam que eu era um cuzão por ter pregado nela uma pegadinha tão escrota; A outra metade achava que Debra estava pregando uma pegadinha nela mesmo, e quando nas duas atualizações seguintes era apenas descrições irregulares dos sons da casa Daley que a seguiram, todo mundo estava certo que era uma pegadinha dela. Eles ainda acreditavam que era uma brincadeira quando ela não atualizou nada por duas semanas.
No dia 4 de Novembro no meio da tarde, Debra ligou sua irmã, Payton. Ela estava chorando tanto que Payton não conseguia entender uma palavra que ela disse no começo.

"Ela soltou um discurso bêbado de partir o coração. Disse que estava arrependida de ter perdido meu casamento, arrependida por ser uma puta rancorosa quando estávamos crescendo, arrependida por ter chutado nosso cachorrinho quando tinha doze anos - pedindo desculpas por todas coisas bobas como uma confição desesperada de uma pecadora.
Ela parou para respirar, e eu ouvi alguém mais no quarto falando baixinho com ela como se não quisesse que eu ouvisse. Eu perguntei se ela queria que eu fosse até sua casa. Ela começou a soluçar de novo e disse, "Eu ouço o papai, mas não é o papai." Então ela desligou o telefone e eu chamei a polícia. Ele não encontraram ninguém quando chegaram lá. Eu falava com ela poucos minutos antes."

Maioria das pessoas continua pensando que o rapto de Debra pelo perseguidores sussurrantes dos pesadelos de Jeff Daley  é uma farsa orquestrada por ela ou outro individuo doente. A fita foi declarada falta por céticos ignorantes um após o outro, e não vai demorar só que Sugarcaine Junction desapareça na escuridão novamente. Eu espero evitar isso, não porque eu sinta pena de Debra Lindsay Caine, mesmo que eu sinta; mas para prevenir desaparecimentos que nem o dela, como os funcionários públicos também desapareceram, e como o de meu amigo policial. Eles marcam seu território - Como eles marcaram a casa Daley e a fita - eles conseguem farejar qualquer coisa que entre em contato com eles. Uma vez que eles te farejem, eles te caçam como cães famintos até que te marquem também.
Eles te chamam baixinho como se tivessem medo de falar alto - as vezes dois quartos de distância, as vezes do seu lado. Eles imitam pessoas chegadas a você. Talvez porque acham assim mais engraçado. Mas você não pode ouvi-los. Você tem que cala-los, ou de outra forma, você está assustado demais para abrir seus olhos ou para mover um músculo. Você não terá chance de se matar antes que eles te arrastem para onde diabos seja o lugar que Debra foi levada também.

Eu vou tomar um banho com minha torradeira agora. Minha mãe tem me chamado o tempo todo na última hora, mesmo sendo que ela esteja morta a cinco anos.