domingo, 30 de setembro de 2012

História Bizarra:Bem-Vindo

Acordo. Eu não me lembro de nada que tenha acontecido antes de me levantar desse chão empoeirado, tudo ficou como um borrão em minha mente. Estou muito confuso, preciso de respostas, quem eu sou, que lugar é esse?
Parando para olhar em volta, vejo um quadro com uma fotografia. Nele há uma família, todos estão sorridentes, bem felizes. No canto esquerdo está o que aparenta ser o pai, um homem com uns 40 anos de idade, em média. No meio, um jovem garoto, aparentemente uns 19 anos. No canto direito há uma mulher, que eu chuto ter uns 35 anos de idade. Olho para a foto por algum tempo e me viro, vejo um guarda-roupas. Abro a porta, nela há um espelho. Fiquei perplexo quando vi minha imagem. Eu era o jovem que estava no meio daquela fotografia!


 Agora tudo começa a fazer um pouco de sentido.


Eu acho que aquela era minha família, minha mãe e meu pai. Mas... onde eles estão?
Olhando pra fotografia, vejo que foi tirada nesse mesmo quarto onde estou, essa deve ser minha casa, esse deve ser meu quarto.
Ponho minha mão em meus bolsos pra ver se acho alguma coisa, e encontro uma identidade no bolso esquerdo da minha calça jeans rasgada. Parece que meu nome é Logan Johnson... Hey, eu me lembro desse nome! Acho que minha memória está voltando aos poucos.


Olhando pela janela que há no fundo do quarto eu posso ver uma rua vazia e molhada pela garoa fina que cai. Está escuro e tudo que a ilumina são os postes, com uma luz bem fraca. Do outro lado há uma cafeteria, e no alto dela tem um letreiro luminoso escrito “Newman’s Coffee”. Merda, isso me trouxe outra lembrança!
Lembro-me de na noite anterior ter ouvido um barulho de porta sendo arrombada e correr para a janela. Vi muitos policiais armados entrando na cafeteria e logo depois ter ouvido um grande estrondo, acho ter desmaiado. Agora posso me lembrar aos poucos de algumas coisas.


Decidi sair do quarto e procurar por meus pais para mais respostas. Assim que abro a porta me deparo com uma sala bem grande, nela há um sofá enorme, uma mesa de centro feita de vidro, uma televisão grande, uma janela com cortinas e também uma lareira ao fundo. Olhei por todo canto e nada, nenhum sinal de vida. Decido por abrir as cortinas e olhar se há algum movimento pelo lado de fora, grande erro.


Assim que abro as cortinas bem devagar vejo uma cena horrível, que jamais queria ter visto. Lá fora posso ver muitas criaturas, monstros horrendos. É difícil descrevê-los, mas posso tentar: Eles parecem humanóides, porém sua carne e tecido muscular estão totalmente podres, alguns com os ossos aparecendo, outros faltando grandes pedaços do corpo. Seus trajes são normais, porém rasgados e apodrecidos. Eles não parecem ser inteligentes, pelo contrário, apenas grunhem e andam de forma estranha.
Entre eles avisto meu pai e minha mãe saindo de um beco. Fiquei assustado. Eles estão um pouco desfigurados, minha mãe está com um vestido vermelho todo rasgado, e meu pai com um terno preto pela metade. Apesar de estarem dessa forma, os reconheci. Tudo que pude fazer é deitar no chão e chorar por horas e horas.


Ainda estou aqui, não sei quanto tempo se passou desde o que aconteceu. O que são aquelas criaturas? Parece que cada vez isso fica mais e mais confuso, estou muito assustado.
Depois de algum tempo tomando coragem, olho novamente pela janela. Dessa vez sem movimento. Agora posso ver que do outro lado da rua tem o que parece ser uma loja de armas. Nela há uma porta de ferro reforçado e um vidro arrebentado, provavelmente por alguém em desespero, ou por aquelas criaturas. Hey, hey! Tem um homem lá, e ele parece estar vivo!


Depois de uma boa olhada pra ver se não há criaturas por perto, decidi sair pra ajudar o homem, na esperança de saber o que está acontecendo.
Ando até a porta e giro calmamente a maçaneta, trancada. Do lado tem um chaveiro com uma chave dourada, pego ela e destranco a porta.
Assim que saio posso sentir o frio de congelar a alma. Olhando em volta vejo que tudo está abandonado e a escuridão toma conta desse lugar. Corro até o homem.
Ele parece ferido, tem sangue por toda parte e uma escopeta na mão. Assim que me aproximo ele me aponta sua arma. Paro instantaneamente.


- “Calma, não atire! Sou um humano, não sou como aquelas criaturas. Deixe-me te ajudar!”


Ele abaixou a arma e balbuciou algo que não consegui ouvir. Tinha corpos de criaturas perto dele, e estava muito ferido. Perguntei:


- “O que está acontecendo? O que são essas criaturas?”


Ele tentou responder, tossiu um pouco de sangue e morreu um meus braços.


- “Merda!” Eu sussurrei, lamentando sua morte.


Peguei sua arma e algumas caixas de munições e saí do local.


Andando para o norte avistei um beco. Nele há uma grade de ferro e quatro criaturas, uma delas deitada imóvel no chão. Rapidamente apontei minha arma para elas, mas parece que não me viram. De repente, as três de pé se ajoelharam e começaram a devorar a que estava deitada, foi uma cena horrível. Essas criaturas além de atacar humanos também são canibais!
Tudo que pude fazer foi andar calmamente para trás pra não ser notado, e sair dali com o som de carne sendo rasgada a dentadas, e continuar caminhando em busca de respostas.


Perto dali vejo uma lanchonete McDonalds, que assim que bati o olho me lembrei da minha infância. Meus pais me traziam aqui todo fim de semana de carro, tinha até uma placa bem grande da cidade e... É isso, a placa! Acho que estou perto da entrada da cidade, ela pode me dizer onde estou!
Correndo, viro a rua ao lado e me deparo com um grande muro de concreto com uns 20 metros de altura, e uma placa enorme que dizia:


   
   “BEM-VINDO A RACCOON CITY”.

História Bizarra:Baby Laugh a-lot


A marca REMCO tinha lançado um sucesso. Seus brinquedos eram desejados por meninos e meninas menores de 8 anos. Não é minha intenção difamar a marca ou seus brinquedos... Só quero contar minha história.
Era o ano de 1988, uma nova boneca havia saído no mercado com o nome de "Baby Laugh a-lot". Sua principal função era produzir risadas quando apertavam o botão em seu peito. Enquanto ria, se mexia em sua cadeira e não parava de rir.
Nesse ano era uma novidade ver uma boneca fazer esse tipo de ação tão natural. Eu era uma menina cheia de caprichos e quando vi o comercial, corri até minha mãe para pedir que me comprasse ela, contudo, sempre vivemos na humildade.
Agora me sinto agradecida por não ter tido tanto dinheiro...
Muitas amigas minhas me contaram que seus pais lhes comprariam a boneca, eu as olhava com inveja enquanto fingia alegria por elas.
E assim foi, minhas amigas conseguiram a boneca e chegaram a me mostrar ainda em suas caixas, as pedi que brincássemos com ela, mas se mostraram egoístas e negaram meu pedido.
O que aconteceu a seguir não me lembro com clareza... Eu era só uma menina e não posso explicar tudo o que aconteceu... mas sei que foi na tarde de 14 de março.
Notei que o comercial da boneca não era mais transmitido na televisão.
Emma, uma de minhas amigas, ficou gravemente doente, minha mãe me disse que era gripe, mas pela janela do meu quarto ví chegar vários carros e homens vestidos com grandes jalecos. Eu sabia que não era uma simples gripe, mas ninguém queria me contar a verdade.
Pouco depois soube que ela tinha caído em um transe esquizofrenico onde não podia deixar de rir histericamente, seus pais estavam aterrorizados, totalmente desesperados para encontrar uma explicação. Mas a situação começou a piorar, Emma expelia sangue de seu nariz e ouvidos.
Tive a oportunidade de visitá-la e fiquei surpresa com o que vi... Estava quase morta! Não parecia uma menina de 10 anos, era uma pequena anciã presa a todo o tipo de equipamento médico!
Olhei seu quarto e encontrei a boneca em sua mesa de cabeceira, parecia que ela a observava atentamente... Observava seus delírios e risos súbitos que Emma sofria. Uma semana depois, vi chegar um grande carro preto na casa de Emma, minha mãe disse que ela não voltaria de viagem.
Depois foi Rose, começou com os delírios, gritava a noite que a boneca queria levá-la, depois começou a rir batendo sua cabeça contra a parede, deixando manchas de sangue impossíveis de limpar.
Também pude visitá-la, seu rosto estava cicatrizando e mesmo que seus pais tenham pintado a parede, ainda podiam ver as fracas manchas de sangue. E, da mesma forma, senti o olhar da boneca.
Não soube mais de Rose, sua mãe a levou para a casa de seus avós, sei que encontrou o mesmo final que Emma. Mas antes de ir, deixou a boneca na porta da minha casa, minha mãe a pegou e a guardou em cima do guarda-roupas do meu quarto.
Durante a noite escutei o som de madeira oca e pude ver que a boneca se mexia em sua cadeira. Pulei da minha cama e de susto cai pelas escadas, terminei em um hospital por fraturas no braço esquerdo e feridas lever em meu pescoço. Eu gritei a minha mãe que não queria a boneca, mandei que a queimasse mas ela se negou. Ao chegar em minha casa, peguei o alcool etílico e o acendedor da cozinha, chutei a boneca, a cobri totalmente e a vi queimando diante de mim. Eu podia escuta-la rindo enquanto seu rosto chamuscava pouco a pouco... Não deixei de escutar essa risada por 4 longos anos, 4 anos de terapia psicologica.
Aí está o video do comercial (realmente me dá medo quando escuto a risada...)