domingo, 10 de março de 2013

O demônio do vestiário

Era mais uma aula chata de matemática. Estávamos aprendendo sobre equações de 2º grau, mas eu não conseguia me concentrar na aula.
Não conseguia parar de pensar na história que Deivid havia me enviado no Facebook, sobre uma famosa lenda da escola. Muitos alunos acreditavam que o vestiário abandonado era assombrado, tudo isso porque há alguns anos atrás três alunas foram encontradas mortas misteriosamente no vestiário, que hoje fica fechado, e a morte delas ainda é um mistério.
Apesar de o vestiário ficar sempre fechado, era possível ouvir barulhos estranhos sempre que eu passava em frente a ele, já que ele fica perto do ginásio da escola. E sempre que eu e meus três melhores amigos Deivid, Leandro e Matheus e vários outros alunos passávamos em frente a ele, era possível ouvir barulhos misteriosos como batidas na porta, arrastar de correntes, e até mesmo uma voz demoníaca e grossa que às vezes ouvia chamar o meu nome.
Como eu sempre fui muito fã de mistérios e coisas sobrenaturais eu tive a ideia de ir ate ao vestiário abandonado e descobrir se realmente tinha algo de anormal nele ou se era tudo coisa da minha cabeça.

- O que você acha da gente ir ate o vestiário mais tarde e descobrir se tem alguma coisa lá? – perguntei a Deivid.
- Fala sério? Você acredita nessas lendas idiotas de que o vestiário é assombrado, que tem um demônio lá dentro? Isso é historia pra botar medo em criança, você já tem 14 anos e ainda acredita nisso?
- Se você não acredita nisso então porque me mandou isso no facebook? Não me diga que você esta com medo de ir lá!
- Eu só te mandei aquilo porque todo mundo estava falando sobre a lenda, eu não acredito nessas besteiras e não tenho medo de nada. Se você esta querendo tanto ir ao vestiário abandonado, então vamos ir!
- Então tá. 19 horas em ponto agente se encontra em frente ao vestiário abandonado.
- Mais o vestiário fica fechado. Como agente vai entrar lá dentro?
- Eu fui à sala da direção hoje antes da aula pra pegar a minha prova de português e conseguir pegar a chave sem a dona ver.
- Então tá. Vou chamar o Leandro e o Matheus, vai ser legal pra botar medo neles…
- Combinado. 19 horas então.
Finalmente a aula já estava acabando, não tirava os olhos do relógio esperando o sinal bater pra eu ir embora. Quando ele finalmente bateu, eu sai correndo pra chegar rápido em casa.
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Já estava anoitecendo. Era umas 18:45 quando eu cheguei na escola e fui imediatamente ate o vestiário. Ninguém havia chegado ainda então eu encostei os meus ouvidos na porta do vestiário e ouço uns passos fortes e uns barulhos estranhos, como se fossem garras arranhando as paredes, e uma voz demoníaca chamava o meu nome insistentemente. O meu coração começou a ficar acelerado e eu estava tremendo, eu sentia que o medo estava se espalhando por mim. Então uma mão tocou o meu ombro. Eu levei um susto, ao me virar eu vi que era o Matheus que havia me assustado.
- Será que o Deivid e o Leandro vão vir? Eles ainda não chegaram – Eu disse preocupado e muito assustado.
- Eles devem vir, ainda não é 19:00h. Daqui a pouco eles chegam. – responde Matheus.
Pouco tempo se passa e Deivid e Leandro chegam rindo da minha cara de medo.
- Não acredito que eu vim aqui por que você acredita nessas lendas idiotas. É obvio que é tudo mentira! – Leandro diz ironicamente
Ainda com muito medo eu pego a chave do meu bolso. Tinha um monte de chaves então eu vou tentando um por uma, tremendo de medo do que poderia estar lá dentro. Depois de um monte de tentativas finalmente eu consigo abrir a porta.
Então entramos todos juntos no vestiário, ele estava muito sujo, cheio de poeira, tinha ate baratas andando lá dentro, afinal fazia muito tempo que ninguém entrava lá. Não havia absolutamente nada de anormal nele, nesse momento eu fiquei aliviado e desapontado ao mesmo tempo.
Quando agente se preparava para ir embora a porta se fecha sozinha, Deivid vai ate a porta para tentar abri-la mais não adiantou, estávamos trancados dentro do vestiário. Nesse momento começamos a ouvir um passo vindo do final do corredor junto com um arrastar de correntes que fazia um barulho Horrível e macabro. Eu fiquei desesperado, com medo do que podia aparecer.
Deivid, Leandro e Matheus ficam espantados e nem se quiser conseguem dizer algo de tanto medo, no final do corredor ele aparece. Era a coisa mais horrível e tenebrosa que eu já vi na minha vida. Era tão horrível que não tenho palavras para descrevê-lo. Ele era todo escuro, seus olhos eram vermelhos como fogo, e ele tinha dentes enormes e afiados como de um tigre e uma calda preta além de garras enormes como de um urso, e ele andava arrastando três correntes.
Enquanto ele andava em nossa direção, soltava uma risada maligna e sua voz demoníaca dizia coisas que não faziam sentido. Nesse momento agente tentava abrir a porta desesperadamente mais não conseguíamos. Eu paralisei e comecei a chorar enquanto meu coração estava a mil, eu sentei naquele chão imundo e sem conseguir fazer nada eu o via se aproximando. Deivid, Leandro e Matheus gritavam sem parar pedindo socorro enquanto isso minha vista ficava fraca e eu não conseguia ver quase nada, comecei a passar mal e fui paralisando aos poucos e então eu desmaiei.
Quando eu acordei já era quase meia noite minha cabeça estava doendo e quando me levantei eu vi o corpo dos meus amigos todos mutilados. Os pés e as mãos estavam arrancados e os órgãos todos pra fora, um banho de sangue. A cabeça deles havia sido arrancada e fincada no teto com uma estaca de madeira, a escola estava cheia de policiais e peritos que fotografavam toda a cena sem entender o que poderia ter feito aquilo.

No espelho estava escrito com sangue a seguinte frase:

“Vocês podem não acreditar que eu existo, mais eu acredito em vocês.”
Um policial me leva pra fora do vestiário enquanto eu fico paralisado sem entender o que havia acontecido, quando eu saio pra fora estava cheio de repórteres, policiais e curiosos querendo saber o que havia acontecido. Entre eles minha mãe e as mães dos meus amigos.
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Muito tempo se passou e ate hoje eu não consigo entender o que aconteceu. Ninguém acredita no que eu digo e eu não sei por que aquela coisa não me matou. Eu saí da escola e mudei de cidade para tentar esquecer o que aconteceu, a escola ainda está aberta, e o vestiário permanece fechado até hoje. Muita gente diz que quando passa em frente ao vestiário ainda é possível ouvir uma risada maléfica e barulhos estranhos.

FONTE:Oi eu sou um otaku