O CABEÇA VERMELHA
Meu nome é
Roberta, a história que irei contar a vocês e surreal, quase psicótico. Foi o
que ocorreu comigo e meus amigos desaparecidos no mês passado. Apenas hoje
criei coragem para contar toda a verdade.
Eu e mais
dois amigos tivemos a idéia de acampar na reserva florestal na ilha de Angra
dos Reis. Era uma coisa em que estávamos bastante animados. Éramos jovens da
cidade. Dormir em meia floresta era algo que sempre desejamos, ouvir a coruja
durante a noite e os pássaros durante o amanhecer, era algo que sempre imaginei
ouvindo as buzinas e as sirenes de São Paulo.
Mas o que
era para ser uma tarde ensolarada acabou se tornando um dia chuvoso e repleto
de tempestade. Mas não era para chover tanto naquela região. Não era o que a
previsão do tempo revelava.
Mas meu
amigo Thomas me disse- calma, essa chuva e temporária, você vai ver, logo,
logo, poderemos entrar na floresta e realizar nosso sonho de acampar no meio do
mato.
Mas olhando
aquela chuva através do nosso quarto, podia sentir que não éramos para estar
naquele local, naquela data, então meu outro amigo, José, me disse uma lenda
urbana local.
´´ Os
antigos nativos na ilha sempre diziam que após uma grande tempestade, demônios
de cabeça vermelha saem de suas cavernas para se alimentar, ai daqueles que
estiverem na floresta após a tempestade, nunca mais vera a luz do dia, pois o
prazer daqueles demônios e levá-los de corpo e alma para as profundezas de suas
cavernas. ``
Depois de
bater em seu ombro para fazer-lo parar. Ouso um copo de cristal quebrar-se em
vários pedaços após uma queda alta. Então nos três após nos assustarmos e
olharmos para ele, decidimos parar com as historias de terror por aqui. Pois
alguns dizem que não era bom ouvir historias de demônio quando oh céu esta
coberto. Pois assim Deus não vera as maldades que o Demônio comete na terra.
Vendo que
aquela chuva não pararia, decidimos dormir para tentar a sorte no outro dia.
Seja o que for nós não iríamos embora daquele lugar sem antes acampar na
floresta, pois havíamos pagado uma grana preta pela licença.
Mas durante
a madrugada, no mesmo local aonde o copo havia se quebrado, eu podia ver uma
figura escura com uma cabeça vermelha repleta de chifres.
Tentei
acordar meus amigos, mas nada os acordava de seus sonos de pedra. Então sem
mais o que poder fazer, perguntei para aquela criatura horrível de olhos
vermelhos- o que você deseja? Ira nos matar?
A criatura
ao invés de responder com palavras, apenas sorria com sua voz demoníaca, então
com sangue ela escreve na parede a seguinte frase.
´´ Vão
embora, a floresta é nossa, filhos de Deus não são bem vindos aqui.``
Após ler a
assombrosa mensagem daquele criatura, fiquei pensando se seria um demônio ou
fruto da minha imaginação, mas era impossível, eu nunca tive ou demonstrei
sintomas de loucuras.
Mas enquanto
eu pensava, não percebi que aquela criatura se rastejava em minha direção, era
como um lagarto, mas mais asqueroso ainda. Então eu podia senti-lo abaixo da
minha coberta, tocando em minhas pernas com suas mãos frias de defunto. Mas de
repente suas mãos ficaram quentes, tão quentes que me fizeram gritar de dor.
Thomas e José
ao acordarem com meus gritos de dor, não viram nada embaixo da minha coberta ou
da minha cama, que ficava ao lado das deles.
Após o susto
tentei dormir novamente, mas nada tirava aquele monstro da minha cabeça, aos
poucos ficava cada vez mais insana, queria uma explicação de como a mensagem
desapareceu da parede. Mas quanto mais eu pensava, mais doente eu ficava.
Então
amanhece, quando acordo nem acreditava que havia dormido. Então Thomas se
aproximou de mim dizendo- Esta pronta? Vamos acampar olha esse dia lindo.
Realmente
era um dia lindo. Mas eu tentei dizer aos meus amigos que estava com
pressentimento ruim sobre o acampamento. Mas José me disse que era apenas um
pesadelo, nada iria acontecer, era uma área desabitada, quase nem tem animais,
pessoas muito menos.
Mas nada
podia tirar aquela sensação de terror dentro de mim, saímos da pousada e fomos
para o meio da floresta, durante a manha ficamos armando as barracas e montando
a fogueira. Durante a tarde juntamos frutas que avistamos por perto.
Mas
anoitece, o dia tranqüilo não havia tirado da minha cabeça o terror de ter que
passar a noite pensando que um demônio de cabeça vermelha poderia me buscar
enquanto eu dormia.
Mas após uma
conversa na fogueira, ouvimos ruídos estranhos vindo da mata, podíamos ouvir
galhos se quebrando ao meio, pessoas cantando como se estivesse em coral de
igreja, mas não era um coral qualquer, era um coral feito de homens com voz
grossa.
Após ouvir o
coral, eu e meus amigos nos levantamos e tentamos ligar para o vigia florestal
daquela área. Mas o telefone não havia sinal. Então a única escolha que tivemos
foi nos fechar dentro da barraca e esperar por algum milagre.
Thomas e José
estavam soando de tanto medo que estavam daquele coral do terror. Era como se o
coral estivesse caminhando em nossa direção, aumentando ainda mais a nossa
sensação de medo e pavor.
Quando dei
por mim, o coral estava rodeando a barraca. Thomas abre um pequeno feixe de
abertura para ver quem eram os homens em volta. Mas ele e puxado com toda força
para fora. Apenas ouvimos seus gritos, mas o perdemos na escuridão da floresta.
Jose gritava
de medo, mas eu tinha que manter a calma, um de nós tinha que manter a calma
naquele momento, pensei em varias coisas, que aqueles homens eram
universitários fazendo trote ou era apenas outro sonho realista. Mas quando
olhamos em volta da barraca, vimos mãos de criança tocando o tecido da barraca do
lado de fora. Elas batiam forte, mas muito forte. Então Jose com pânico, se
irrita com as crianças e sai da barraca para tirar satisfação. Mas ele não
voltou.
Eu podia ver
as mãos das crianças desaparecendo, o coral se silenciar e o dia amanhecer. Mas
meus amigos estavam desaparecidos. Então ao sair da barraca eu li uma frase que
guardarei para o resto da minha vida em minha mente.
´´ Quando um
demônio lhe der tal ordem e por que seu Deus permitiu ele fazer tal ordem, isso
significa que suas almas e nossa, vivo ou morto. ``
Nunca
encontrei meus amigos e nunca encontrarei, por que eles não estão mais nesse
mundo.