sexta-feira, 1 de abril de 2016

Acho que meu marido fez alguma coisa com um dos gêmeos - Parte V

Caso não tenha lido a parte 1,clique aqui -PT 4-)
Semanas se passaram em uma névoa, eu nem sei quantas. Meus dias e noites eram círculos infinitos de mamadas, fraldas trocadas e cochilos. Phillip passou a primeira semana de vida de Henry em casa com a gente e eu mantive minhas emoções muito bem guardadas. Ignorei a exaustão de ter um recém-nascido o melhor que pude. Eu dormia quando Henry dormia, e só ficava realmente acordada por três ou quatro horas durante o dia. Durante esse tempo eu ia tomar banho, comer e tentar cuidar de toda aquela roupa.


Phillip, por sua vez, agia como se aquela cena horrível no quarto dos bebês nunca tivesse acontecido. Ele me trazia refeições caseiras, colocava Henry para dormir e me ajudava com a casa. Quando ele voltou a trabalhar, dava beijos de despedida em mim e em Henry toda manhã e sussurrava num tom de ameaça não tão velada “Não vá se meter em confusão”. Quando ele saia, eu chorava até adormecer ao lado de nosso filho.


Eu sabia que estava caminhando rapidamente para uma severa depressão pós-parto, mas a quem eu poderia pedir ajuda? Phillip nunca iria permitir que eu procurasse um conselheiro ou terapeuta, para que ninguém conhecesse minha versão da história. Eu tinha que me lembrar de tomar banho e escovar os dentes antes do meu marido chegar em casa, então pareceria que eu tinha me importado com este dia. Eu colocava a pouca energia que tinha no pequeno Henry, que era um bebê incrivelmente bonzinho. Eu me sinto uma pessoa horrível só por dizer isso, mas acho que eu não poderia ter lidado com um bebê com cólicas, que não quisesse comer ou não dormisse bem. Eu sinto como se com tudo o que aconteceu, eu tivesse que ter batalhado e lidado com isso. Mas se ele tivesse sido qualquer coisa menos que bonzinho, não poderia dizer com certeza se não haveria outra morte na família. Nós gostamos de pensar em mães como sendo capazes de suportar absolutamente tudo pelo amor que sentem por seus filhos, mas todos e cada um de nós temos um ponto de ruptura. É um ponto discutível agora, eu suponho. Henry ainda está aqui, assim como eu.


Eu não tinha certeza do que estava acontecendo. Ou eu estava maluca ou Phillip tinha feito alguma coisa com a nossa menininha. Será que eu estava sofrendo de algum tipo bizarro de gravidez psicológica? Eu tinha ouvido falar de mulheres tão desesperadas para engravidar que elas apresentavam todos os sintomas, incluindo o trabalho de parto e a lactação, tudo isso para encontrar um útero vazio e dilatado. Será que no meu subconsciente eu queria tanto uma menina que eu imaginei ela e o ultrassom que mostrava seu rostinho? Talvez o tratamento duro de Phillip era uma maneira dar um choque de realidade. Este amor duro era uma maneira de conseguir me mostrar que Jéssica nunca tinha existido? Isso explicaria tanto! Isso explicaria o comentário que ele tinha feito durante o ultrassom! E porque ele nunca reconheceu roupinha que eu tinha escolhido.


Mas por que Todd e meus pais tinham concordado com farsa? Havia uma vila em Amsterdã para pacientes com Alzheimer que aparentemente funcionava como qualquer outra cidade. Correios, supermercado, cinema. Mas na verdade era um novo tipo de “casa de repouso”, onde todos estavam de fato sendo cuidados. O leiteiro era um enfermeiro, assim como o carteiro. Eles achavam que, deixando os pacientes pensarem que tudo estava bem e normal, seria melhor para eles a longo prazo. Até agora eles estavam certos, era um sucesso esmagador. Era essa a essência geral por trás de Todd e meus pais concordando com a minha imaginada Jéssica? Talvez a ideia fosse manter isso durante nove meses e, uma vez que eu não tinha visto a menina, Phillip cuidaria de como me dar a notícia. Afinal, o parto era um dos momentos mais íntimos entre marido e mulher.


Eu me perguntei brevemente por que, se esse realmente fosse o caso, ninguém tinha insistido para que eu recebesse algum tão necessário tratamento psiquiátrico? Acho que sabia a resposta, e era um monstro de duas cabeças. Phillip e eu tínhamos convênio médico, mas não era tão abrangente. Eu trabalhava para uma pequena empresa e o convênio era decente, mas não cobria nada relacionado à saúde mental. E também era insanamente caro. Com Phillip, tivemos o problema oposto. O dele era muito mais acessível, mas era uma porcaria. Acho que, com todo o dinheiro que estávamos gastando com a casa e as contas com médico que sempre aumentavam, talvez ele tivesse decidido que não poderia pagar mais uma conta e que iríamos lidar com essa merda em casa. Tenho que dar os créditos pela inspiração em Jane Eyre. Talvez ele não quisesse passar pelo constrangimento de ter uma esposa louca. Phillip estava pronto para assumir seu departamento, ir a reuniões importantes, entreter executivos. Mesmo que a empresa não pudesse dizer abertamente que lhe negaria promoções por ter uma mulher louca, seria óbvio. Se escapasse que sua mulher estava inventando um bebê que não existe e ameaçando ir parar no manicômio, sua carreira seria efetivamente encerrada. Na profissão que ele havia escolhido todos se conheciam. Não demoraria para que todos soubessem que Phillip tinha uma esposa na ala psiquiátrica. Uma esposa no manicômio e um bebê recém-nascido em casa era uma situação que consumiria muito tempo, e havia muitas outras pessoas sem envolvimentos desse tipo. Essas pessoas poderiam dedicar todo seu tempo e energia a suas respectivas empresas.


Isso não mudava o que Todd tinha me contado sobre a infância de Phillip. Eu tinha que acreditar, pelo pouco que restava de minha sanidade mental, que Phillip sentia um pedacinho de tristeza genuína por suas ações. Ainda... ainda. Phillip dizia que eu tinha um trabalho e que eu tinha feito isso muito bem: eu tinha lhe dado um filho. Eu tinha imaginado isso também? Ou só tinha interpretado suas palavras de forma sinistra? Ele quis dizer que eu tinha lhe dado um menino saudável, bom trabalho Isabelle? Meus hormônios ainda estavam em fúria nesse ponto, não seria impossível eu ter interpretado mal suas palavras. Pelo amor de Deus, eu me lembro de uma vez na cozinha, quando eu estava grávida de quatro meses, que ele fez salada caesar quando eu queria tacos. Ele disse que tinha esquecido de comprar carne moída no supermercado e eu explodi em lágrimas e me revoltei contra ele, gritando que se ele realmente me amasse, teria lembrado de comprar carne moída. Então, para mim, interpretar mal o que ele havia dito não era inteiramente impossível.


Uma noite, cerca de quatro meses ou mais após Henry nascer, eu decidi abordar o assunto com Phillip. No pior cenário, ele diria a mesma coisa que me disse antes e minhas suspeitas seriam confirmadas. Mas se meus instintos estivessem certos, ele prontamente concordaria comigo. Seria muito mais fácil ter que admitir à esposa que ela havia tido um surto psicótico momentâneo e que estava melhor agora, que pedia desculpas e agradecia a seu marido por toda sua devoção. Afinal, ele estava preso no dilema em que Maquiavel colocou o mundo: é melhor governar através do amor ou do medo? Se eu o deixasse acreditar que eu tinha sido desequilibrada, Phillip poderia me governar através do amor. Seja lá qual era a definição de amor dele. Mas como as coisas estavam, Phillip ainda me governava pelo medo. Eu sabia que ele mexia no meu celular; eu tinha o pego fazendo isso com o pretexto de estar procurando um número de telefone. Meu laptop tinha misteriosamente contraído um vírus, fritando a placa mãe. Desde então, nós compartilhávamos um desktop e eu tinha a sensação de que ele tinha instalado um programa que registrava cada palavra que eu digitava. Eu não me atrevia a dirigir a qualquer lugar além do supermercado ou, ocasionalmente, o café a 30 minutos da nossa casa, para um café e um bolo.


Naquele dia eu limpei a casa de cima a baixo, enquanto um Henry sorridente e borbulhante observava de sua cadeirinha. Fiz seu prato favorito para o jantar: quiche Lorraine, torrada de pão francês, feijão verde fresco cozido e peras cozidas no mel e canela para sobremesa. Abri a garrafa de um vinho delicado para acompanhar o jantar, virando uma taça para me dar coragem e acalmar meus nervos. Tomei banho, depilei as pernas, enrolei meu cabelo e borrifei seu perfume favorito – Shalimar by Guerlain – atrás de minhas orelhas e no meu cabelo. Nunca fui de usar vestido ou saia, em vez disso optei por um jeans matador. Alimentei Henry, que agora já comia cereal de arroz junto com a mamadeira, e esperei Phillip chegar.


Seu timing não poderia ser mais perfeito. O quiche estava sobre a mesa, as peras estavam sendo mantidas aquecidas no forno e eu estava colocando o feijão verde na mesa. Henry estava roendo um palitinho de waffle quase congelado para aliviar a dor de um dente que estava tentando rompes suas gengivas delicadas.


“Ei, o que é isso tudo?” Phillip olhou para a mesa duvidosamente, colocando sua pasta no chão perto da porta.


“Há algo que eu quero falar com você, e eu pensei que talvez uma boa refeição ajudasse.”


“Isa...” Phillip se serviu de uma taça de vinho, suspirando. Ele afundou em sua cadeira, sorrindo para Henry.


“Não, não, eu acho que você vai concordar com o que eu tenho a dizer. Mas antes de chegar ao assunto, por que não comemos um pouco primeiro? Quiche não é bom frio.”


Sorri tremulamente, cortando e servindo um grande pedaço para meu marido visivelmente desconfortável. Coloquei feijão verde em seu prato, servindo-me de porções muito menores. Eu estava com fome, mas não tinha certeza se poderia manter muita coisa no estômago. Esperei até que ele comesse metade do que estava no prato, oferecendo uma conversa vazia sobre nosso dia. Ouvi atentamente ele contando as labutas de seu escritório, balançando a cabeça e dizendo as frases adequadas nos momentos adequados. Cautelosamente, eu beberiquei um gole de meu vinho. Eu queria a cabeça clara para o que estava prestes a acontecer.


“Amor, eu acho que sei o que aconteceu com Jéssica.” Disse silenciosamente, vendo a reação dele bem de perto. Phillip não vacilou, nem por um segundo. Ele estava no meio de um gole e colocou a taça de volta na mesa. Calmamente, ele perguntou:


“Ah, você sabe, não? E o que você acha que aconteceu com Jéssica?” Ele levantou as sobrancelhas, colocando uma garfada de feijão verde em sua boca. “A propósito, excelente trabalho pelo feijão.”


“Eu, oh, obrigada! Phillip, nunca houve uma Jéssica. Eu fiz algumas pesquisas sobre gravidez psicológica, quando mulheres desejam muito engravidar elas apresentam todos os sintomas, até um teste de gravidez positivo! Mas elas não estão de fato grávidas. Eu acho que em algum lugar negro e profundo da minha psique, eu queria tanto uma menina que eu enganei a mim mesma pensando que estava grávida de um menino e uma menina. Por isso que a enfermeira, Dr. Keats, todos eles estavam tão confusos e preocupados quando eu perguntei onde Jéssica estava depois que Henry nasceu.” Fiz uma pausa, olhando apreensiva para meu marido. Ele repousou o garfo, ouvindo atentamente com uma expressão neutra em seu rosto. Eu levei isso como um bom sinal e segui em frente.


“E eu acho que você pediu para todos concordarem comigo por alguma razão. Eu sei que nosso convênio não é tão bom, então talvez você não quisesse custear um psiquiatra. Então você disse para meus pais e para o Todd apenas concordarem, eu descobriria em breve. Phillip, eu quero que você saiba que eu sinto muito por ser uma idiota sobre isso. Mas, por favor, entenda, eu realmente acreditava que Jéssica era real! Eu honestamente acreditava que estava grávida de um menino e uma menina! Não consigo imaginar a dor e angustia que fiz você passar, me desculpe. Mas eu te amo tanto, tanto por fazer isso. Você só fez o que achou que fosse melhor para mim, e eu te odiei por isso naquele momento. Phillip, me perdoe. Agora eu vejo que isso era o melhor para mim, para você e, mais importante, para nosso filho. Phillip, eu te amo. Eu amo Henry.” Enxuguei lágrimas em meus olhos, e estranhamente passou por minha cabeça que eu estava agradecida por ter a prudência de usar máscara de cílios à prova d’água.


“Isa... você não tem ideia do quão feliz eu fico em ouvir você dizer isso. Eu não sabia o que fazer. Não foi o custo que me impediu de te levar a um psiquiatra. Foi meu amor por você. Eu sabia que se você ao psiquiatra, eles te trancariam e jogariam a chave fora. Você entregaria Henry e nunca mais o veria. Eu te amo demais para impedir que você nunca veja nosso filho, e amo muito Henry para deixar isso acontecer. Eu sabia que você cairia na real. Ah, Isabelle, eu odiei ser um bastardo com você. Eu tive que convencer seus pais, Todd, e eles não gostaram nem um pouco. Mas eles também te amam, então eles concordaram. Isabelle, eu te perdoo.” Phillip pegou minha mão e me puxou para um beijo. Ele me beijou suavemente nos lábios, meu pecado foi absolvido.


Phillip lavou a louça enquanto eu dava banho em Henry e o colocava para dormir. Eu não tinha plena certeza se eu acreditava na história que tinha acabado de tramar, mas parecia tão boa quanto qualquer outra. Ou eu acreditava na ficção que estava vendendo, ou acreditava que tinha dado à luz uma menina que tinha desaparecido misteriosamente e estava no centro de um enorme acobertamento. Nenhum era muito provável, mas minha história era mais que a outra. Phillip entrou no quarto de Henry, encostando-se à porta enquanto eu colocava nosso filho no berço.


Seus braços cercaram minha cintura e eu senti seus lábios em meu pescoço. Phillip respirou profundamente, seu nariz em meu cabelo.


“Hummm, Shalimar. Meus Deus, Isabelle, eu te amo. Vamos para a cama.” Nós fizemos amor pela primeira vez em quase um ano. Carinhosamente, docemente, descobrindo um ao outro como se fosse a primeira vez. Nós adormecemos abraçados e, pela primeira vez em um ano, eu respirei aliviada.


Acordei na manhã seguinte, seu lado da cama vazio. Fingi continuar dormindo, como se pudesse estender a mágica da noite anterior. Ouvi Phillip no telefone, não era comum. Normalmente ele odiava falar ao telefone. Ele usava o telefone no máximo no escritório, ele tinha um celular só por que era uma necessidade de trabalho. Então eu estava curiosa para saber o que era tão importante para ele ligar às 6 horas da manhã.


“Não, essa é a parte maluca. Ela falou tudo isso. Isabelle pensa que imaginou Jéssica! Ela me pediu desculpas! Não, eu ainda acho que você deve manter os registros em local seguro. Por que você não pode se livrar deles de novo? Ah, certo. Sim, escritório da Dra. Whiting. Ei, problema resolvido afinal. Tenho que ir, nos falamos mais tarde. Vejo você esta tarde, doutor.”


Ouvi seus passos vindo para o quarto e virei de costas para a porta. Phillip entrou em nosso quarto carregando Henry e deitou na cama, nosso filho entre nós. Senti-o se inclinando para me dar um beijo e lutei contra a vontade de agarrar seu rosto. Eu rolei, sorrindo sonolenta.


“Bom dia, meninos. Vocês dois estão com fome, um de vocês pode se alimentar aqui. O que você disse Henry? Você acha que eu consigo convencer o papai a fazer as próprias torradas esta manhã?” Henry simplesmente me olhou enquanto tomava seu café da manhã direto do meu peito.


“Posso fazer melhor e fazer torradas para nós dois.” Phillip falou, vestindo suas calças.


“Meu masterchef!” Respondi me levantando da cama. Phillip riu e correu escada abaixo. Eu lutei contra as lágrimas enquanto olhava para meu filho, tentando obter algumas respostas hoje.


Alguns minutos depois, Phillip voltou com dois copos de café e um grande prato com torradas. Agora que Henry tinha se alimentado e arrotado, ele estava batendo alegremente um chocalho contra seus joelhos. Eu engoli o café, mordisquei a torrada e vi meu marido se vestir para o trabalho.


“Phill, eu quero tentar aquela nova receita grega que te mostrei essa noite. Quero comprar queijo feta da Paraskevi na cidade, eles têm o melhor. Por que não almoçamos juntos? Seria legal, eu raramente vou à Boston.” Eu sorri excitada.


“Ah, amor, se fosse outro dia eu diria sim. Mas não tenho nada além de reuniões e conferências durante todo o dia. Nem tenho certeza de que horas estarei em casa. Eu compro um pouco de feta antes de voltar para casa, e faremos outra noite, quando eu tiver certeza que estarei em casa às cinco. Sinto muito, Isa. Tenho que ir, amo vocês!”


Eu fiz beicinho como apropriado e, a “contragosto”, concordei. Esperei 45 minutos depois que seu carro antes de colocar Henry no assento e dirigir até Boston.


Eu dirigi pelas ruas laterais, tendo o cuidado de evitar as ruas principais. Eu não queria arriscar que um de seus colegas de trabalho me visse, ou algum cliente. Eu tinha um destino: consultório da Dra. Whitings. Eu parei no Centro Médico de Boston, estacionando em um canto escuro e perto das escadas de seu antigo consultório. Perguntei à recepcionista como obter meus registros e ela prontamente me disse para descer até o andar de baixo, no setor de registros. Brenda, nos registros, me disse que depois que preenchesse as fichas e pagasse as taxas para cópias dos registros, ela me chamaria em uma semana.


“Uma semana?” Me senti como um balão murchando.


“Depois que a Dra. Whiting... faleceu, a maioria de seus pacientes foram transferidos para outros consultórios. Mas você decidiu procurar outro médico em outro hospital, o que está certo. Mas esses registros estão em arquivo agora e leva um tempo até desarquivá-los. Então eu te ligo em uma semana, Sra. [em branco].”


“Deixa eu te falar, eu vivo num fim de mundo. O serviço de celular e incrivelmente fraco, na melhor das hipóteses. É por isso que vivemos lá. Por que eu simplesmente não volto aqui daqui uma semana em vez de você me ligar? Pode ser?” Brenda apenas colou um post-it em meu pedido, que dizia “Virá retirar. Não ligar” e acenou com a cabeça, nossa interação claramente tinha terminado.
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CONTINUA...

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