segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Paul está morto


Paul está morto é uma lenda urbana que diz que Paul McCartney - cantor e compositor da banda The Beatles - morreu em um acidente de carro no dia 9 de novembro de 1966 e que foi substituído por um sósia. Em 1966, logo após o lançamento do álbum Revolver, os Beatles pararam de excursionar em virtude da dificuldade de tocar ao vivo os arranjos cada vez mais complexos e inusitados de suas músicas. Este fato, aliado a um acidente de carro sem maiores consequências sofrido por Paul McCartney, deu origem ao surgimento algum tempo depois do maior e mais duradouro boato de todos os tempos: o de que Paul McCartney havia morrido e sido substituído por um sósia. 

A única "evidência" da morte de McCartney consiste em indícios encontrados em muitas das gravações dos Beatles, centenas de matérias em jornais, especulações de fãs e mesmo livros que foram surgindo sustentando a versão da morte de Paul. As pessoas que acreditavam nisto se basearam em centenas de pistas que supostamente haviam sido deixadas de propósito pelos outros Beatles nas letras das músicas, nas capas dos discos e nos filmes posteriores da banda, de tal modo como se fossem um tipo de enigma ou quebra-cabeças para ser resolvido pelo próprio público.

Isso vem sendo reforçado com afirmações de pessoas que alegam que, ao escutar certas músicas ao contrário, é possível encontrar mensagem ocultas. Junto com isso, muitos têm analizados os desenhos gráficos das capas originais de todos seus discos para ajudar a decifrar esta lenda.

O boato inicia-se afirmando que Paul realmente morreu no dia 9 de novembro de 1966, após colidir num cruzamento, segundo dizem, a notícia chegou a ser veiculada numa emissora de rádio, mas tudo foi "abafado". A batida foi tão forte que chegou a desfigurá-lo, matando-o instantaneamente. Foi por isso que o empresário divulgou que os Beatles não fariam mais apresentações ao vivo.

A história do acidente conta que Paul teria sofrido um esmagamento craniano ou foi decapitado ao colidir com outro veículo por não ter observado o sinal do cruzamento fechar, conforme teria sido contado posteriormente na música A Day in the Life: "he blew his mind out in a car... he didn't notice that the lights had changed" ("Ele arrebentou a cabeça num carro... não percebeu que o sinal havia mudado"). No acidente, seu rosto teria sido desfigurado e ele teria perdido seus dentes, o que inviabilizou a identificação do corpo (não existia, na época, exames de DNA para identificação).

Desta forma, os outros Beatles teriam resolvido substituí-lo por um sósia.

Paul tinha um sósia quase-perfeito de origem anglo-escocesa, que inclusive, teria sido dublê de Paul durante as filmagens de “A Hard Day’s Night” e “Help!”. Logo, o tal sósia foi convocado - seu nome seria Willian Campbell (outras fontes citam que o nome do sósia seria Billy Shears, personagem que seria "apresentado" ao mundo, de forma velada, em Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band), já que os Beatles tinham contrato milionário com a Capitol Records. 

De fato, Paul sofreu um acidente de moto que lhe valeu um corte no lábio superior e um dente quebrado. Nada muito grave além disso. Quanto a letra de A Day In The Life, Lennon compôs a letra após ler a notícia da morte do jovem socialite Tara Browne, herdeiro da cervejaria Guinness, de 21 anos, morto em 18 de dezembro de 1966. John estava tocando piano em sua casa quando leu a notícia da morte de Browne no jornal Daily Mail. Tara Browne estava dirigindo com sua namorada, a modelo Suki Potier, no seu Lotus Elan através da South Kensington em alta velocidade (alguns relatos sugerem cerca de 170 km/h). Ele não conseguiu ver a luz do sinal de trânsito e prosseguiu através da esquina da Redcliffe Square com a Redcliffe Gardens, colidindo com um caminhão estacionado e morreu no dia seguinte.

Para a escolha do substituto teria sido foi feito um concurso nacional de sósias e o vencedor, William Campbell ou Billy Shears, após vencer o concurso teria feito algumas operações plásticas para aumentar sua semelhança com o Beatle morto e poder substituí-lo. A única falha no novo beatle teria sido uma cicatriz em seu lábio superior que não pôde ser removida e aparece nas fotos de Paul (o falso Paul) desde então. 

Esta cicatriz na realidade existiu e foi decorrente do acidente de moto sofrido por Paul, já anteriormente citado. Os Beatles sempre negaram qualquer envolvimento ou colaboração com os boatos. As "pistas", porém, contribuíram durante algum tempo para melhorar a divulgação e aumentar as vendas dos discos dos Beatles. Segundo a teoria, estas "pistas" teriam sido feitas por John Lennon que, indignado com a farsa, decidiu espalhar a notícia da morte de Paul.

A não ser que o corpo tivesse sido totalmente carbonizado (acarretando, inclusive, na destruição da arcada dentária), não há possibilidade de não se executar a identificação. Não há registro de ocorrência policial ou relato de autópsia noticiando o "acontecimento". Não houve uma única testemunha de um acidente tão grave. Uma figura tão popular e sempre presente como Paul McCartney, seu sumiço certamente seria notado pela imprensa. 


Na época, nada foi noticiado. E mesmo após 1966, Paul compôs diversas canções tão criativas quanto as anteriores à suposta "morte", tanto com sua carreira com os Beatles quanto em sua carreira solo e com os Wings.

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