quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Contatos Permanentes




Quando eu era adolescente tudo que eu mais queria era um celular, pois era a nova onda do momento, isso aconteceu no inicio dos anos 2000.


Eu voltava para casa da escola andando, todos os dias, pois eram apenas 15 mim de caminhada, eu cortava o caminho por algumas ruas em que não passavam carros, nesse caminho eu passei por uma pilha de caixas de papelão e alguns sacos de lixo, acho que eu não estava distraída o bastante para deixar passar batido um detalhe tão mínimo, dentro de um dos sacos transparente, havia um celular. Eu não sou de revirar lixo, mas naquela época aquelas coisas custavam muito caro, e eu não ia perder a chance de pelo menos ver se aquele aparelho funcionava.






Quando o peguei e o abri senti como se alguém estivesse me olhando, olhei para os dois lados, mas não havia ninguém, eu o coloquei no bolso do meu blusão escolar e corri para casa. Quando lá cheguei mostrei para minha mãe, o meu achado, e ela ficou impressionada com a minha sorte. Logo levamos o aparelho para o conserto, e ele voltou á funcionar, o senhor que o consertou deixou um bilhete junto ao pacote que nós enviamos. Que estava escrito:


“Não consegui reconfigurar a agenda eletrônica, os números não podem ser apagados”.


Bom, até ai tudo bem... Agora eu tinha um celular! Eu o exibi para minhas amigas e comecei a fuçar nele, ele tinha jogos e toques de celular, eu podia mandar mensagens e fazer ligações. Tudo estava indo muito bem, e parecia que aquele celular não quebraria tão cedo...


Mas em uma noite quando eram três horas da manhã, o celular começou a tocar, não havia numero de telefone, nem alerta de mensagem, o celular apenas acendeu seu visor e começou a tocar, eu o atendi normalmente sem entender... “Alo?”


Não havia voz do outro lado, apenas um chiado baixo que fazia algumas pausas, então eu desliguei o celular, e voltei a dormir. Durante o dia ele sempre funcionava normalmente, mas toda noite ás três da manhã eu recebia aquela mesma ligação, comecei a pensar que talvez o alarme também estivesse com defeito.


Em uma noite de sábado, eu estava com meu namorado na sala, e o celular estava em cima da mesa, eu nem havia percebido, mas já eram três horas, eu o atendi e dessa vê eu ouvi algo entre os chiados... Era muito baixo, quase inaudível, mas dizia:


“Amaldiçoada... Você está... Amaldiçoada...”.


Pelo menos foi isso que eu entendi, mas eu fiquei pálida na mesma hora, e gelada também como se eu tivesse visto um fantasma, o que de fato não aconteceu, por que eu o ouvi.


Assim nas noites seguintes, eu passei a não atende-lo e o usar apenas de dia, talvez eu achasse que era atividade paranormal demais para mim. Mas em outra noite eu tinha acabado de chegar de uma festa e confesso, eu estava um pouco alta... E adivinha que horas eram?


O celular começou a tocar e eu falei:


“É agora que eu quebro essa merda...”.


Mas eu não o quebrei...


Eu o atendi e perguntei: “Quem é?!! Quem é você puta mal amada?!!!”


E a voz respondeu: “Eu sou sua maldição”.


E eu louca de pedra respondi: “Maldição o caralh...” E desliguei na cara da tal alma.


Eu tenho uma leve impressão de que essa coisa não gostou muito da minha brincadeirinha, no dia seguinte era meio dia quando o telefone tocou, e eu pensei que fosse minha mãe, e atendi com muito amor:


“Fala mulher...”. Eu sempre brinquei com minha mãe, ela é minha melhor amiga e tenho muito orgulho disso... Mas não era minha mãe.


“Eu sou sua maldição... Mas ao contrário do que você pensa, eu não falo com você por celular, eu estou bem aqui ao seu lado.”


Eu gelei, meu corpo entrou completamente em choque, e então eu olhei para o lado enquanto tirava o celular da orelha... Mas não havia nada...


Foi então que eu senti um bafo gelado no ouvido em que estava meu celular, e então ouvi um sussurro... “Eu estou bem aqui... Agora... Sua alma é minha...”.


Foi então que o celular começou a vibrar... E então apareceu uma mensagem nele...


“Seu numero foi adicionado á lista de contatos permanentes”

FONTE:Creepy World and Me

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